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'Bocas de fumo': polícia mapeia pontos de venda de drogas ligados à facção Primeiro Comando de Vitória; veja locais

Polícia realiza operação contra facções da Grande Vitória A Polícia Civil do Espírito Santo detalhou a estrutura de dois pontos de venda de drogas ligad...

'Bocas de fumo': polícia mapeia pontos de venda de drogas ligados à facção Primeiro Comando de Vitória; veja locais
'Bocas de fumo': polícia mapeia pontos de venda de drogas ligados à facção Primeiro Comando de Vitória; veja locais (Foto: Reprodução)

Polícia realiza operação contra facções da Grande Vitória A Polícia Civil do Espírito Santo detalhou a estrutura de dois pontos de venda de drogas ligados ao Primeiro Comando de Vitória (PCV) e revelou como funcionava a divisão de tarefas. As "bocas de fumo" funcionavam em dois locais: Praia do Canto e Bairro da Penha. A investigação começou em 2023 e, segundo o delegado Leonardo Vanaz, permitiu compreender a dinâmica do tráfico em áreas controladas pelo grupo. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp “Foi uma investigação longa que se iniciou em 2023. A partir dela, conseguimos compreender parte da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas entre os membros dessa facção”, afirmou Vanaz. A polícia disse que, com essas descobertas, conseguiu comprometer o funcionamento dos pontos de tráfico nesses bairros, mas não confirma se eles deixaram de existir. As informações fazem parte da Operação Octopus, conduzida pelo Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT) e apresentada nesta quarta-feira (26). A polícia não deu mais detalhes de como conseguiram levantar as informações sobre os criminosos envolvidos nas 'bocas de fumo'. LEIA TAMBÉM: VIOLÊNCIA: mulher é agredida com frigideira e sofre traumatismo craniano no ES; companheiro confessou VILA VELHA: médico é indiciado por homicídio de bebê de 35 dias durante consulta de rotina NA DELEGACIA: empresário agride policial após ser preso por dirigir com sinais de embriaguez na contramão delegado (Ciat), delegado Leonardo Vanaz; delegado-geral adjunto PCES, José Lopes; delegado Guilherme Eugênio Rodrigues do Ciat; delegado Jameson Amaral do Ciat Divulgação PCES 'Bocas de fumo' mapeadas pela polícia A Polícia Civil identificou pelo menos duas 'bocas de fumo' estruturadas que pertenciam ao PCV, cada uma com gerentes, responsáveis pelo abastecimento e integrantes armados. "Ponto Final" – Bairro da Penha (Vitória) Esse ponto funcionava sob o comando de Yuri de Andrade Bento, o Jamaica, apontado como liderança relevante dentro do PCV. A investigação descreve a seguinte estrutura: Yuri de Andrade Bento – responsável pelo ponto e liderança da facção na região; Wanderson Maciel dos Santos (WS) – gerente, repassava ordens e organizava a logística; Igor Santos de Souza e Leonardo Catarino Fraga (Léo Boy) – atuavam no abastecimento; Marcos Vinícius Nunes de Oliveira (Laminha) – fazia a contenção armada, responsável por segurança e confrontos. Estrutura de uma das bocas de fumo ligado ao PCV Divulgação PCES "Praia" – Praia do Canto (Vitória) Em um dos bairros mais valorizados de Vitória, a Polícia Civil também identificou uma boca de fumo estruturada sob determinação de Yuri. No local, foram identificados como gerentes: João Manoel Xavier Fraga; Karoline Dias do Espírito Santo, companheira de João; Wanderson Maciel dos Santos (WS); Daniel Pereira Ramos (Tetéia/Balão); Suspeitos teriam ligação com facção de Vitória Divulgação PCES O papel dos gerentes e do braço armado Durante a coletiva, o delegado explicou por que esses integrantes eram considerados estratégicos para o funcionamento da facção. “O gerente é aquele indivíduo que organiza o ponto de venda de drogas. Ele trabalha na logística, no abastecimento. É um membro que tem certa importância porque tem contato tanto com o material quanto com o dinheiro oriundo do tráfico”, disse Vanaz. Segundo ele, também foram identificados integrantes que atuavam como braço armado da organização. “São indivíduos com disposição para atuarem como braços armados, seja para confrontar a polícia, seja para confrontar grupos rivais”, completou. O delegado enfatizou ainda que prender integrantes desse perfil é essencial para impedir que o grupo forme novas lideranças. “Indivíduos que atuam nessas funções muitas vezes evoluem na carreira criminosa e se tornam novas lideranças. A prisão deles reduz o âmbito de atuação da facção e aumenta a segurança da população”, afirmou. Operação mobilizou mais de 60 policiais A fase ostensiva da operação aconteceu em 9 de setembro, principalmente no bairro da Penha, e mobilizou mais de 60 agentes. Apesar do histórico violento de alguns alvos, a ação foi concluída sem troca de tiros. “Era uma operação de alto risco. Muitos investigados já tinham histórico de confrontos com a polícia, mas graças à competência das equipes conseguimos realizar todas as prisões sem nenhum disparo e sem intercorrências”, destacou Vanaz. Na ação, foram apreendidos celulares, rádios comunicadores, anotações do tráfico, máquinas de cartão e dinheiro em espécie. O material ajudou a concluir a investigação. 29 denunciados e dois foragidos Durante a coletiva, o delegado informou que o Ministério Público denunciou 29 investigados por organização criminosa e tráfico. A Justiça decretou 11 prisões preventivas, das quais nove já foram cumpridas. Dois alvos seguem foragidos. Welington e Deildo são suspeitos de envolvimento com tráfico no ES e estão foragidos Divulgação PCES O delegado fez um apelo para que a população ajude no cumprimento dos mandados. “Contamos com apoio da população para qualquer informação que possa ser repassada à polícia ou ao Disque-Denúncia, de forma anônima”, pediu. Investigações continuam Mesmo após as prisões, o delegado afirmou que as investigações contra o PCV e outras facções deve continuar. “O combate às organizações criminosas tem caráter permanente. O objetivo não é só prender, mas garantir que esses indivíduos sejam processados e condenados. Elas repõem membros rapidamente, então nosso trabalho é constante”, disse Vanaz. Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo