Com participação de Lula, 'Conselhão' faz última reunião do ano e discute rumos para a economia nesta quinta
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o chamado "Conselhão", se reúne nesta quinta-feira (04), em Brasília, para a última reunião...
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o chamado "Conselhão", se reúne nesta quinta-feira (04), em Brasília, para a última reunião do ano. Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o encontro deve trazer discursos com sinalização de rumos para a economia do país, principalmente após o tarifaço imposto pelos EUA e os recentes recuos do presidente Donald Trump em relação ao Brasil. 🔎O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como "Conselhão", reúne ministros, empresários e ativistas que discutem e sugerem ao governo políticas públicas em diferentes áreas. A programação do evento prevê também um balanço das atividades desenvolvidas por integrantes do colegiado na COP 30 e uma série de anúncios governamentais e do próprio conselho. Representantes da sociedade civil devem entregar ao presidente Lula um documento listando propostas de prioridades e recomendações para os próximos anos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Sexto encontro desde a recriação Esse será o sexto encontro do tipo desde que o órgão foi recriado, em 2023. A reunião acontecerá no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. A previsão é de que a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, faça a abertura do encontro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faça um discurso de encerramento. As declarações devem trazer um paralelo da situação de crise com os EUA que o país estava na última edição do Conselhão, em agosto deste ano, e de como o tema se desenrolou até agora. Um dos pontos principais das falas deve ser o fortalecimento da segurança para investidores no país e também um balanço positivo da economia e de estabilidade política e democrática. Também estarão presentes o vice-presidente, Geraldo Alckmin, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), Paulo Teixeira (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Vinícius de Carvalho (Controladoria-Geral da União), e a secretária-Geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. Última reunião do Conselhão aconteceu em agosto de 2025. Ricardo Stuckert/PR Entregas e anúncios O "Conselhão" é vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI). O presidente criou o colegiado em 2003, mas o órgão foi extinto no governo de Jair Bolsonaro (PL). As reuniões têm o objetivo de colocar juntos setores da sociedade civil das mais diversas frentes e tratam também dos grandes temas da atualidade. O secretário-executivo do Conselhão, Olavo Noleto, afirmou ao g1 que o Conselhão foi pensado para ser um espaço que as diferentes vozes tivessem lugar. "Aqui, o primeiro produto na verdade é o diálogo. Os diferentes se respeitam, constroem juntos, entendem diferenças como riqueza. A primeira coisa do Conselhão é a riqueza do debate, do respeito, a diversidade é valorizada. Nesse novo mandato, esses três anos de trabalho, mostraram muita maturidade, desprendimento. Temos todas posição e que aceitaram participar, vir pra dentro dos grupos de trabalho, formular e elaborar propostas", disse. Durante a reunião, está prevista uma apresentação das entregas do governo Lula. Além de discursos em torno da COP 30, realizada em Belém no mês passado, também estão previstos anúncios sobre: Política Nacional de Conectividade em Rodovias Lei Geral de Direito Internacional Estratégia de Compras Públicas Sustentáveis Olavo Noleto é o secretário-executivo do Conselhão. Arquivo pessoal/Olavo Noleto 'Pilares de um Projeto de Nação' Outro destaque do evento será a apresentação de um documento elaborado pelo colegiado que reúne pontos estratégicos para o desenvolvimento do país, construído a partir de um diálogo com a sociedade civil. Intitulado "Pilares de um Projeto de Nação", o documento traz recomendações de ações prioritárias para os próximos cinco anos, servindo como referência práticas para orientar decisões, políticas públicas e investimentos estratégicos do próximo governo. Os pilares colocados são: Educação Equitativa e Fortalecimento Da Cultura Trabalho Digno e Sistema de Proteção Social Universal e Equitativo Segurança Alimentar e Nutricional Saúde e Desenvolvimento Social Ciência e Tecnologia Soberanas e Equitativas Segurança Pública Cidadã Desenvolvimento Territorial Sustentável e Justo Cidades Sustentáveis Transição Ecológica Justa Estratégia de Desenvolvimento Produtivo Digital, Verde e Justo Política Macroeconômica e Orçamento Público Favorável ao Crescimento Justo Justiça Tributária, Investimento Público e Social Defesa da Soberania e Fortalecimento do Estado Democrático de Direito O documento quer ampliar o diálogo com movimentos sociais, universidades, empresas, governos estaduais e municipais, coletivos culturais, juventudes, povos indígenas, quilombolas e todas as expressões vivas da pluralidade brasileira. Segundo Noleto, os membros do conselho estudaram os planos estratégicos do governo e elaboraram propostas em forma de pilares e ações. "A gente pegou os planos estratégicos do governo como Brasil 2050, PAC, Nova Indústria Brasil, transformação ecológica, trabalos sobre políticas preditivas, pensando para onde o Brasil está indo. Daqui 10 anos, como estará nossa população perfil de emprego, demanda maior, evolução tecnológica, educação estará em que nível? Então a gente prevê como o Brasil estará em 10 anos", disse. "A gente pegou todos esses trabalhos e fez um debate dentro do grupo, perguntando o que acham que é o fundamental, estratégico para o Brasil nos próximos 10 anos, propondo coisas concretas para cinco anos. E dai surgem as respostas em forma de pilares e ações", concluiu.