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Corregedoria indicia PM que arremessou homem de ponte em SP por tentativa de homicídio

Outros seis agentes foram indiciados no caso: um por lesão corporal, um por peculato culposo e quatro por prevaricação. Inquérito policial militar segue par...

Corregedoria indicia PM que arremessou homem de ponte em SP por tentativa de homicídio
Corregedoria indicia PM que arremessou homem de ponte em SP por tentativa de homicídio (Foto: Reprodução)

Outros seis agentes foram indiciados no caso: um por lesão corporal, um por peculato culposo e quatro por prevaricação. Inquérito policial militar segue para a Justiça Militar, que deve abrir vista para o Ministério Público oferecer denúncia, solicitar novas diligências ou pedir o arquivamento do caso. Justiça Militar decreta a prisão de PM flagrado jogando motociclista de cima da ponte, em SP A Corregedoria da Polícia Militar finalizou o inquérito policial e indiciou por tentativa de homicídio o soldado Luan Felipe Alves Pereira, que arremessou um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo no início de dezembro. Além disso, outros seis PMs foram indiciados no caso: um por lesão corporal, um por peculato culposo e quatro por prevaricação. Agora, o inquérito policial militar segue para a Justiça Militar, que deve abrir vista para o Ministério Público oferecer denúncia, solicitar novas diligências ou pedir o arquivamento do caso. Durante um depoimento na delegacia, Marcelo, vítima dos PMs, relatou que também foi agredido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas, e que o policial o ameaçou: "Você tem duas opções: ou você pula da ponte ou eu jogo você e sua moto daqui". A Justiça Militar decretou a prisão de Luan, e a corregedoria da PM afastou 13 policiais das ruas. Rapaz arremessado por PM presta depoimento na delegacia Ricardo Rossini/TV Globo/Reprodução Marcelo afirma que trafegava na Avenida Cupecê, não estava em alta velocidade, mas freou a moto, e os policiais começaram a correr em sua direção. Disse que desceu da moto e começou a correr. Foi neste momento que recebeu golpes de cassetete na cabeça e nas costas, afirmou. Ainda no depoimento, Marcelo relatou que o policial militar o levou "pelo colarinho" até perto da ponte e apresentou as opções para ele se jogar ou ser jogado. Ele afirmou que chegou a dizer que não era ladrão e que a moto não era roubada. Na sequência, segundo a vítima, o PM pegou sua perna e lhe jogou. Após ser arremessado Marcelo ainda contou à polícia que caiu no córrego, e pessoas em situação de rua que ficam embaixo da ponte disseram para ele que havia um caminho por onde podia fugir. Ele caiu de joelhos, e as lesões na cabeça foram por conta dos golpes de cassetete, não pela queda. O rapaz afirmou que encontrou um motorista desconhecido e ganhou carona até a UPA Santa Catarina. Vídeo mostra momento em que PM joga homem de ponte durante abordagem em SP Reprodução/TV Globo Ele também ressaltou que não sabe o motivo de ter sido agredido, pois não estava correndo e não agrediu verbalmente nenhum dos policiais. Também afirmou que os PMs não pediram seus documentos, não perguntaram seu nome, e apenas saíram correndo atrás. Durante depoimento, Marcelo afirmou que não tem passagem pela polícia, trabalha como manobrista na região da Paulista e dos Jardins e que no dia estava sozinho. Ressaltou ainda que os policiais não estavam abordando ninguém e estavam parados na rua. Reconhecimento PM que arremessou homem de ponte é soldado Luan Felipe Alves Pereira Reprodução Marcelo disse que viu a foto do policial Luan Felipe Alves Pereira e o reconheceu como o responsável por ter o agredido e jogado da ponte. Em seguida, o rapaz foi encaminhado para fazer corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) e deve prestar depoimento na Corregedoria da PM. Prisão de PM A Justiça Militar decretou a prisão do PM Luan Felipe Alves Pereira nesta quinta-feira (5). Segundo informações do inquérito militar, ele disse que pretendia jogar o homem no chão. As imagens gravadas por uma testemunha mostram o momento em que ele ergue e atira o homem da ponte (veja mais acima). Leia também Violência policial em SP: Comissão Arns pede demissão de Derrite e OAB cobra resposta de autoridades da segurança pública e da Justiça Câmera corporal de PM registra começo de abordagem que terminou com idosa e homem agredidos em Barueri Com a prisão decretada, Luan Felipe foi encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. Em audiência de custódia ocorrida na tarde desta quinta, a defesa do soldado pediu a revogação da prisão preventiva, com a adoção de medidas cautelares, mas a solicitação foi negada. O inquérito aponta os possíveis crimes de lesão corporal e violência arbitrária, previstos no Código Penal Militar. A TV Globo tenta contato com a defesa do PM. O que diz o governador Governador de SP quer ampliar câmeras corporais após casos de violência policial Nesta quinta-feira (5), com a repercussão desse e de outros casos recentes de violência policial em SP, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu que "alguma coisa não está funcionando" e passou a defender o uso de câmeras corporais nas fardas dos policiais militares. Segundo ele, essa é uma medida que protege os cidadãos e os policiais. O governador afirmou que vai ampliar o programa de câmeras. "Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Tinha visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive. Não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje estou completamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa. E tentar trazer o que tem de melhor em termos de tecnologia." Tarcísio afirmou que os abusos da polícia não serão tolerados. "O discurso de segurança jurídica que a gente precisa dar para os agentes de segurança combaterem o crime de forma firme não pode ser confundido com salvo conduto para fazer qualquer coisa e descumprir regra. Isso a gente não vai tolerar." A Secretaria de Segurança Pública disse que a PM não compactua com desvios de conduta e que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada. Cenas chocantes PM joga homem de ponte após abordagem em SP O caso do homem atirado da ponte aconteceu na Vila Clara, região de Cidade Ademar, durante a dispersão de um baile funk. O soldado foi filmado lançando o rapaz da ponte sem nenhum motivo ou resistência aparente. O pai da vítima falou ao Jornal Nacional, criticou a conduta do PM e cobrou explicações das autoridades. "É inadmissível, não existe isso aí. A polícia está aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez. Trabalhador, menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, passagem [pela polícia], não tem nada. Queria a explicação desse policial e o porquê ele fez isso", afirmou. PM que arremessou jovem de ponte em SP é preso A Corregedoria da PM determinou o afastamento de treze policiais que participaram da operação na Vila Clara. O Ministério Público abriu uma investigação. Na quarta (4), quando foi questionado sobre a gestão de seu secretário de Segurança Pública, Tarcísio de Freitas defendeu Guilherme Derrite: "Olha os números que você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]", disse o governador. Diante da insistência dos jornalistas, repetiu: "Olha as estatísticas". Tarcísio não explicou, porém, quais seriam esses dados. O secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite (PL), atrás do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Rogério Cassimiro/Secom/GESP Histórico do PM O soldado da Polícia Militar que arremessou o entregador já foi indiciado por homicídio por matar um homem com 12 tiros em Diadema, na Grande São Paulo, no ano passado. Segundo a TV Globo apurou, o caso foi arquivado em janeiro porque o Ministério Público entendeu que houve legítima defesa. O juiz, então, aceitou o pedido. Luan trabalha na Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam), no 24º Batalhão de Polícia de Diadema. Pedido de prisão O pedido de prisão de Luan tem seis páginas e foi assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros, encarregado do inquérito. No documento, o oficial narra o início da ocorrência, com a perseguição a motociclistas. Em seguida, destaca cinco fotos feitas a partir de câmeras de segurança, que mostram a parte final da ação, quando o homem é jogado da ponte. O encarregado do inquérito diz que, ao ser questionado sobre a cena, o soldado se reconhece e diz que “a projeção seria realizada ao solo”, ou seja, que o objetivo era jogar o homem no chão. No parágrafo seguinte, o responsável pelo inquérito se dirige diretamente ao juiz: “Excelência, não há como acolher as declarações apresentadas pelo investigado, pois as imagens largamente difundidas e materializadas no presente feito demonstram conduta errante e inaceitável a quem deveria proteger a integridade de outrem e fazer cumprir a lei”.

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