De enxurradas a recorde de calor: veja retrospectiva de eventos climáticos que marcaram 2024 na região de Campinas
Eventos relacionados ao meio ambiente e às variações climáticas chamaram atenção e levaram a tragédias, como a morte de uma jovem de 18 anos levada pela ...
Eventos relacionados ao meio ambiente e às variações climáticas chamaram atenção e levaram a tragédias, como a morte de uma jovem de 18 anos levada pela enxurrada em outubro. Relembre. Veja retrospectiva de eventos climáticos que marcaram 2024 na região de Campinas Recordes de calor, enxurradas, alagamentos e queimadas que causaram consequências para o clima e a vegetação, além de resultar em mortes de moradores, marcaram a região de Campinas (SP) no ano de 2024. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Um dos episódios mais emblemáticos e tristes ocorreu em outubro, quando uma jovem de 18 anos morreu após ser levada por uma enxurrada na Vila Industrial, na metrópole. ➡️ Confira, abaixo, os casos de repercussão sobre clima e meio ambiente em 2024: 1. Jovem de 18 anos morre após ser arrastada por enxurrada em Campinas Sara Gabrielli de Souza Silva desapareceu durante chuva em Campinas Reprodução/Instagram Sara Gabrielli de Souza Silva, de 18 anos, foi arrastada por uma enxurrada no dia 24 de outubro durante as fortes chuvas que atingiram Campinas. O corpo dela foi localizado por voluntários três dias depois, no Rio Capivari, a cerca de 18 km do local do desaparecimento. Sara era vendedora e retornava de carro do trabalho quando foi surpreendida pela água na Avenida Sylvio Moro, na Vila Industrial. Ela chegou a pedir socorro à mãe por telefone antes de desaparecer, relatou uma tia dela à EPTV, afiliada à TV Globo. O fotógrafo André Dellapina, morador do local, tentou ajudar a jovem, mas não conseguiu puxá-la para fora da enxurrada. A Avenida Sylvio Moro fica às margens do Ribeirão Piçarrão, córrego que sofre com inundações frequentemente. Na época, carros foram filmados boiando durante o temporal. Vídeo mostra momento que jovem é arrastada pela enxurrada em Campinas Arquivo pessoal 2. Incêndio no Pico das Cabras atinge Museu Aberto de Astronomia, mas Observatório é preservado Incêndio no Pico das Cabras atinge Museu Aberto de Astronomia de Campinas Denny Cesare/Código 19 Um incêndio criminoso de grandes proporções atingiu o Pico das Cabras, em Campinas, no dia 10 de setembro e se espalhou, alcançando o Museu Aberto de Astronomia. A Defesa Civil da metrópole informou, à época, que o fogo causou um prejuízo "sem precedentes" à fauna e à flora do local. Apesar disso, o Observatório Municipal Jean Nicolini foi preservado. Régis Cristian da Silva, de 47 anos, suspeito de atear fogo no Pico das Cabras, foi localizado e preso pela polícia, com ajuda dos moradores da região. No dia 11 de setembro, ele teva a prisão em flagrante convertida em preventiva. O suspeito foi multado em R$ 6.749.972,50 por danificar 987 hectares de “vegetação nativa e exótica, dentro e fora de área de preservação permanente e em APA [Área de Preservação Ambiental] estadual”, segundo a Polícia Ambiental. Suspeito de atear fogo na região do Pico das Cabras foi encontrado após ser monitorado por moradores Gustavo Biano/EPTV 3. Onça entra em casa e assusta moradora em Paulínia Onça pula cerca de condomínio e entra em casa de Paulínia Acervo pessoal 🐆 A moradora de um condomínio em Paulínia (SP) levou um susto ao dar de cara com uma onça no quintal de casa no dia 8 de agosto deste ano. Viviani Marsola Paulini contou ao g1 que, por volta das 5h15, viu o animal no quintal tentando entrar no imóvel. "Ela tentou várias vezes forçar a porta, aquelas portas de correr. Foi quando a gente ficou apavorado. Tava tudo aceso e ela ficou olhando para gente, parada, ela agachou na posição de ataque e nessa hora, meu filho, minha alma saiu do corpo”, disse. Tudo aconteceu em um intervalo de 20 minutos. Depois do susto, Viviani ligou para o Corpo de Bombeiros, que chegou no condomínio 10 minutos depois. A onça, no entando, já tinha pulado para um terreno baldio dentro do residencial. 4. Cortina de fumaça invade Campinas e chega a encobrir o sol Fumaça de incêndios encobre sol em Campinas Bruno Rodrigues/arquivo pessoal Uma cortina de fumaça invadiu o céu de Campinas no dia 23 de agosto, e a intensidade dela em alguns pontos da cidade chegou a encobrir o sol. Segundo a Unicamp, a fumaça decorrente das queimadas registradas durante o mês em todo o estado foi transportada pelos ventos. A baixa umidade do ar aliada à vegetação seca potencializou a propagação e a multiplicação dos incêndios. 5. Moradores da região de Campinas relatam tremor após terremoto de magnitude 7.4 no Chile Local do terremoto de 7,3 graus que atingiu o norte do Chile Reprodução Moradores de ao menos cinco cidades da região de Campinas relataram ter sentido a terra tremer na noite do dia 18 de julho, minutos após um terremoto de magnitude 7.4 atingir o norte do Chile. 🌎 Os relatos de Campinas, Americana (SP), Hortolândia (SP) Valinhos (SP) e Paulínia (SP) foram feitos à EPTV e ao Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (SismoUSP). "Apesar da sensação estranha sentida pelas pessoas, as chances de danos estruturais causados por um tremor tão distante são bastante pequenas", explicou o SismoUSP. O terremoto de magnitude 7,4 atingiu o norte do Chile por volta das 22h50 (horário de Brasília). O epicentro do tremor foi na região de Antofagasta, próxima ao deserto do Atacama, na fronteira com Bolívia e Argentina. 6. Rajada de vento de até 75,9 km/h 'levanta poeira' e reduz visibilidade no céu de Campinas Fortes ventos levantaram poeira e encobriram o céu de Campinas (SP) na tarde deste sábado (24) Ariane Soares Morelli Evans Campinas registrou rajadas de vento de até 75,9 km/h no dia 24 de agosto, "levantando poeira" e diminuindo a visibilidade no céu da metrópole.💨 A força do vento provocou o fenômeno conhecido como "poeira soprada", em que as fortes rajadas promovem a suspensão de material particulado como poeira e areia da superfície, de acordo com o meteorologista Bruno Bainy. Por conta da ventania, alguns locais da cidade tiveram interrupção da energia elétrica, afetando alguns semáforos. De acordo com a Defesa Civil, pelo menos 15 árvores caíram pela cidade. 7. Em crise hídrica, Artur Nogueira recebe da Força Aérea água que iria para o Sul e tenta evitar colapso em escolas e centros de saúde Represa Cotrins, que abastece Artur Nogueira, está com nível baixo Estevão Mamedio Em crise hídrica severa e volume da represa que abastece a cidade apenas em 15%, Artur Nogueira recebeu uma doação de água da Força Aérea Brasileira que iria para o Rio Grande do Sul. Com a normalização da situação após uma enchente que paralisou o estado por um mês, o material foi repassado à cidade do interior de São Paulo, que enfrenta racionamento desde o início de julho, quando a represa ainda estava em 40%. O governo de São Paulo chegou a decretar situação de emergência em Artur Nogueira devido à crise hídrica enfrentada pelo município. O decreto foi publicado no dia 5 de agosto no Diário Oficial do Estado, com validade de 180 dias. 8. PF prende suposto chefe de esquema que gerou dano ambiental de R$ 138 milhões Desmatamento na Amazônia: operação da PF prende suposto líder de esquema que gerou dano ambiental de R$ 138 milhões Polícia Federal/Divulgação Em outubro, a Polícia Federal prendeu o homem apontado como chefe de uma rede criminosa de desmatamentos e queimadas na região Sul do Amazonas. O esquema gerou danos ambientais estimados em R$ 138 milhões, e ele foi preso em um condomínio de luxo em Campinas. A operação Dracarys investiga desmatamentos e queimadas ilegais nos municípios de Boca do Acre (AM) e Pauini (AM). A PF informou que o alvo é investigado por desmatar, provocar incêndios, impedir a regeneração da vegetação, além de falsidade ideológica e associação criminosa. Segundo as investigações, o esquema causou desmatamentos que suprimiram 1.672 hectares de floresta nativa situada em Gleba Pública Federal, além de queimadas que atingiram 2.368 hectares. 9. Campinas derruba sete construções irregulares na APA Campo Grande Construções demolidas estavam em Área de Proteção Ambiental Prefeitura de Campinas/Divulgação A Secretaria de Habitação de Campinas demoliu, no dia 27 de fevereiro, sete imóveis irregulares na Área de Preservação Ambiental (APA) do Campo Grande. A pessoa apontada como responsável pelo loteamento e venda dos terrenos foi detida. “Qualquer cidadão pode procurar a pasta para se informar sobre imóveis com preços muito abaixo do mercado, a fim de saber se aquela área é regularizada ou não”, destacou a Secretaria de Habitação na época. 10. Entenda o que são 'plumas de fumaça', fenômeno que encobriu o céu no interior de SP Entenda fenômeno que deixou céu de Campinas encoberto com fumaça Fernando Evans/g1 O fenômeno atmosférico conhecido como "plumas de fumaça" chamou a atenção dos moradores de Campinas na tarde do dia 23 de agosto. De acordo com meteorologistas, os focos de incêndio que se propagaram naquele mês em todo o estado provocaram uma cortina de fumaça que tomou o céu. 🌥️ Essas grandes nuvens de fumaça são provocadas por queimadas e podem se estender por milhares de quilômetros, capazes até de encobrir o sol, como ocorreu no meio da tarde. 11. Incêndio que dura cinco dias em área de mata nativa de Amparo destrói plantações de cana e eucalipto Incêndio em área de mata nativa de Amparo Reprodução/EPTV Um incêndio atingiu uma área de mata nativa de Amparo (SP), no bairro Areia Branca, durante cinco dias. O local tem 3,5 milhões de metros quadrados e a estimativa é que ao menos metade tenha sido destruída. A área atingida pelo fogo é de difícil acesso. Por isso, um caminhão-pipa levou água até um determinado ponto e brigadistas utilizaram baldes para encher as bombas usadas para controlar as chamas. Ao menos 150 mil litros de água de um lago foram usados, além de 4,1 mil litros d'água despejados em 11 lançamentos do helicóptero Águia, da Polícia Militar. 12. Em um segundo, Campinas teve três raios no Centro e barulho acordou moradores Raios e relâmpagos atingem a região de Campinas Reprodução/EPTV ⚡ Às 23h45 do dia 22 de outubro, um trovão acordou moradores do Cambuí, em Campinas. O barulho foi causado por três raios que caíram muito próximos e no intervalo de um segundo, segundo o serviço de meteorologia Climatempo. Dois dos raios caíram a uma distância de 100 metros um do outro no fim da Avenida Anchieta, próximos da Avenida Orosimbo Maia. Um terceiro raio, de menor intensidade, atingiu o pátio da Estação Cultura, a 1,9 km de distância. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na noite daquele dia foram registrados 10 raios na metrópole; destes, cinco atingiram o solo e os outros cinco foram relâmpagos, que ocorrem entre as nuvens. 13. Entenda como mudanças climáticas causaram extinção em massa de predadores há 20 milhões de anos Reconstrução paleoecológica representando o ecossistema local e a fauna extinta no sítio paleontológico de Els Casots, na Espanha, datado em 16 milhões de anos atrás Oscar Sanisidro/Universidad de Alcalá de Henares Em setembro, o g1 conversou com os pesquisadores João Nascimento, doutorando no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, e o professor Mathias Pires, que reconstruíram e analisaram a rede de cadeias alimentares para compreender de que forma eventos climáticos extremos afetam na diversidade biológica. A pesquisa da Unicamp, em parceria com instituições na Espanha e Suécia, estudou de que forma mudanças climáticas que aconteceram na Península Ibérica há 20 milhões de anos provocaram a extinção em massa de grandes predadores. Os pesquisadores explicaram que as mudanças climáticas são naturais, mas normalmente não ocorrem na velocidade vista em tempos atuais. Esta forma acelerada dificulta a adaptação das espécies, colocando-as em “grande risco”. O cenário vivido atualmente, de diminuição acelerada na diversidade de herbívoros, segundo eles, vai resultar no encolhimento da variedade de carnívoros. Essa relação de queda ocorre em toda a cadeia alimentar como um “efeito dominó”. 14. Alunos de faculdade no interior de SP constroem boias de garrafas PET para ajudar em resgates no RS Alunos de faculdade de Jaguariúna constroem protótipos para sustentar boias e ajudar resgates no RS Arquivo pessoal Em meio ao caos provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul, alunos e professores de uma universidade em Jaguariúna (SP) se inspiraram no protótipo criado pela startup do Whindersson Nunes e pesquisadores do Piauí e, utilizando uma impressora 3D, produziram suportes para boias com garrafas PET para auxiliar nos resgates nas cidades gaúchas. Professor e engenheiro do curso de engenharia de produção da faculdade, Thiago Silva explicou que a estrutura impressa é utilizada para conectar quatro garrafas PET e, assim, garantir a sustentação de pessoas ou animais sob a água. Criado pelo influencer Whindersson Nunes em parceria com o professor de física Gildário Lima, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), o protótipo para sustentar as boias foi disponibilizado na internet para ajudar as vítimas da enchente. 15. Campinas tem maior média de temperatura desde 1890 Termômetro de rua marca 41ºC durante onda de calor em Campinas (SP) Gustavo Biano/EPTV Um levantamento do Instituto Agrônomico de Campinas (IAC), solicitado pela EPTV, apontou que a metrópole terá, em 2024, o ano mais quente de toda a série histórica – desde que o órgão iniciou as medições. De acordo com o balanço, Campinas atingiu, em 2024, média de temperatura de 24,2ºC, enquanto que a máxima – também na média do ano – ficou em 30,6ºC. Ainda que o número possa mudar porque o ano ainda não acabou, os índices nunca haviam sido atingidos em um intervalo de 134 anos, ou seja, desde 1890, quando o Instituto Agronômico começou a mapear os dados de temperatura. 16. Valinhos decreta situação de emergência após incêndios florestais Valinhos decretou emergência por conta de incêndios florestais Alexandre de Jesus/EPTV A Prefeitura de Valinhos (SP) decretou, no dia 4 de setembro, situação de emergência por conta dos incêndios florestais que atingiram a cidade. A situação mais grave foi na Serra dos Cocais, uma área de proteção ambiental de difícil acesso para o Corpo de Bombeiros. O incêndio na Serra dos Cocais aconteceu próximo ao bairro rural Sítios Frutal. Nas imagens feitas pela EPTV foi possível ver uma extensa coluna de fogo por toda a mata. O município ficou tomado por fumaça durante os dias em que o incêndio foi registrado. Moradores da região precisaram fazer barricadas para evitar que as chamas chegassem perto das residências. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região *Estagiária sob supervisão de Gabriella Ramos. Veja mais notícias da região na página do g1 Campinas