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Dupla pode ter sido morta por engano a mando de Adilsinho, aponta investigação

Dupla pode ter sido morta por engano a mando de Adilsinho, aponta investigação As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro indicam que dois homens ...

Dupla pode ter sido morta por engano a mando de Adilsinho, aponta investigação
Dupla pode ter sido morta por engano a mando de Adilsinho, aponta investigação (Foto: Reprodução)

Dupla pode ter sido morta por engano a mando de Adilsinho, aponta investigação As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro indicam que dois homens executados em um intervalo de apenas dois dias em 2022 podem ter sido mortos por engano. A suspeita é de que as ordens para os crimes tenham partido de Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho. A morte de um deles, Fábio de Alamar Leite, levou a Justiça a emitir um novo mandado de prisão contra o contraventor, apontado como o principal chefe da máfia do cigarro no estado e um dos maiores criminosos do país. Ele foi morto ao sair do enterro do seu ex-sócio, Fabrício Alves Martins de Oliveira. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) acredita que Alamar e Fabrício foram mortos porque emprestaram os caminhões de sua empresa de gelo para um outro homem, que usaria os veículos para transportar cigarros. O fato teria desagradado a quadrilha de Adilsinho, que acreditava que Fabrício e Fábio estivessem juntos comercializando cigarros sem autorização da organização criminosa. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho Reprodução/TV Globo Adilsinho, segundo investigações da Polícia Federal, é o chefe da máfia de cigarros ilegais no Rio de Janeiro. Ele é apontado pela polícia como mandante do assassinato de Alamar, motivado por uma disputa na venda ilegal de cigarros. Outros dois homens também foram indiciados pelo crime: José Ricardo Gomes Simões e Átila Deive Oliveira da Silva, o Sassá. Eles teriam monitorado Alamar antes da execução. José Ricardo foi preso em março de 2023 pela morte de Marquinhos Catiri, miliciano, chefe da segurança do bicheiro Bernardo Bello, em 2022. O crime levou Adilsinho a ser alvo de um mandado de prisão no final do ano passado. A DHC monitorou mensagens no celular de José Ricardo, que indicam que ele teria mandado mensagens para um integrante da quadrilha pouco antes e depois da execução de Fábio Alamar. "Acho que não tá vivo não mano, levaram pra hospital, tentar socorrer. Foi muito tiro cara. Tem que ver as cápsulas no chão. Muita, muita, muita”, diz uma das mensagens interceptadas. Fábio de Alamar Leite, morto em 2022 na porta do cemitério após o enterro de um amigo Reprodução Mensagens trocadas por integrantes da quadrilha, interceptadas pela DHC, indicam que o alvo da organização criminosa era, na verdade, um outro homem que utilizou os caminhões de Fábio e Fabrício para transportar cigarros. Ele teria deixado o Brasil após as mortes. "Ele sabe que eu sei que o Fabinho morreu por causa do caminhão, que ele (homem) estava usando o caminhão do Fabinho", disse um integrante do grupo criminoso para o PM Daniel Maia, preso por participação no homicídio de Cristiano Souza, em 2023. A defesa de Adilsinho negou qualquer envolvimento dele com os fatos noticiados e disse que confia que a Justiça comprovará sua inocência. Carro com marcas de tiros perto do lugar onde Marquinho Catiri foi morto, na Zona Norte do Rio Reprodução Entenda o caso Fabrício Martins foi morto em um posto de gasolina na estrada do Mendanha, em Campo Grande Reprodução De acordo com as investigações da DHC, Fábio foi morto no dia 4 de outubro de 2022, quando saía do enterro do ex-sócio, Fabrício Alves Martins de Oliveira, no Cemitério de Inhaúma. A polícia acredita que Fabrício também possa ter sido morto por integrantes da mesma organização criminosa, no dia 2 de outubro, em um posto de gasolina na estrada do Mendanha, em Campo Grande, na Zona Oeste. As investigações da Polícia Civil apontam que Fabrício já tinha trabalhado na máfia dos cigarros, mas estava afastado do grupo. Adilsinho tem mandado de prisão expedido por morte de homem na porta de cemitério no Rio As investigações da morte de Fabrício seguem em andamento. O confronto balístico indicou que as mesmas armas foram usadas nas mortes de Fabrício Martins, Fábio Alamar e Cristiano de Souza, em 2023. "Os trabalhos não param, senão o zero um fica chateado, tenho que manter ele bem em paz” , diz uma mensagem de um integrante da quadrilha, enviada no dia da morte de Fabrício. O grupo, enquanto lidava com as execuções do vendedor de gelo e seu sócio, monitorava outras vítimas: Anderson Reis dos Santos sofreu um sequestro em novembro de 2022 em Nilópolis, após supostamente vender cigarros sem autorização do grupo. Segundo o relatório da Polícia Civil sobre a morte de Alamar, Anderson teria sido executado e seu corpo ocultado após os crimes. Simões foi preso na Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em 2023 Reprodução Na mesma época, a quadrilha monitorou Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, que seria morto em novembro de 2022. O trabalho de monitoramento e vigilância do alvo, segundo a Delegacia de Homicídios da Capital, durou praticamente um ano. LEIA TAMBÉM: Quem é Adilsinho: chefe de máfia dos cigarros, patrono do Salgueiro e dono de clube de futebol PF prende 12 em operação contra grupo que falsifica cigarro com uso de trabalho análogo à escravidão Adilsinho é investigado por ligação com homicídios, tentativas de assassinatos e sequestros Lista de seguranças de Adilsinho tem 43 nomes; 23 são PMs da ativa Das draculinhas à máfia do cigarro: o império bilionário de Adilsinho Tentativa de emboscada e mortes As investigações da DH apontam que José Ricardo e Sassá estavam monitorando Alamar desde o dia 10 de setembro de 2022. Naquele dia, um contato que pertencia a José Ricardo perguntou se a empresa de entrega de gelo poderia entregar a carga na quadra da Mangueira. A venda não se concretizou. Uma semana depois, foi o número de Átila Deive Oliveira da Silva, o Sassá, que pediu uma entrega de gelo e pagou com seu pix. Fábio não foi realizar a entrega, e os funcionários que foram até o local ligaram para a empresa ao chegarem no local onde o serviço foi solicitado. Os caminhões da empresa de gelo foram monitorados pela dupla. No dia do enterro de Fabrício, José Ricardo fez fotos do carro de Fábio e passou o material para um contato com um número internacional. Caminhão de gelo foi fotografado por envolvidos na morte de Alamar Reprodução Segundo a polícia, José Ricardo prestava contas diretamente a Rafael do Nascimento Dutra, o Sem Alma, apontado como um dos principais matadores de um grupo de extermínio ligado a Adilsinho. A polícia suspeita que ele possa ter sido um dos executores de Alamar, na porta do cemitério de Inhaúma. Ele foi morto com nove tiros de pistola, por homens utilizando balaclavas e veículos possivelmente clonados. Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho Reprodução/TV Globo