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Família de Itapetininga celebra 30 anos de encontros anuais no réveillon: 'Traduz-se em pertencimento'

O encontro não é só uma reunião familiar comum, são meses preparando a festa com direito a gincanas, apresentações de teatro, música ao vivo, momentos d...

Família de Itapetininga celebra 30 anos de encontros anuais no réveillon: 'Traduz-se em pertencimento'
Família de Itapetininga celebra 30 anos de encontros anuais no réveillon: 'Traduz-se em pertencimento' (Foto: Reprodução)

O encontro não é só uma reunião familiar comum, são meses preparando a festa com direito a gincanas, apresentações de teatro, música ao vivo, momentos de espiritualidade e, claro, muita comida. Família de Itapetininga celebra 30 anos de encontros anuais no Réveillon Arquivo Pessoal Enquanto muitos se preparam para festejar a virada do ano com os amigos ou em viagens, uma família de Itapetininga, no interior de São Paulo, segue há 30 anos uma tradição que se tornou inegociável: o encontro anual do Clã Monteiro’s. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp O encontro não é só uma reunião familiar comum, são meses preparando a festa com direito a gincanas, apresentações de teatro, música ao vivo, momentos de espiritualidade e, claro, muita comida. Tudo começou em 1995, na casa da “Tia Fia”. Hoje, a celebração reúne dezenas de pessoas de várias gerações e já virou parte essencial do calendário da família. “No início, não tínhamos ideia de que isso viraria uma tradição. Era só uma reunião para passar o Réveillon juntos, com os irmãos, cunhados e crianças pequenas. Hoje, aquelas crianças são os jovens adultos que continuam levando essa história adiante”, conta. Para Tia Fia (Irene), uma das organizadoras pioneiras, o início foi marcado por desafios e pela vontade de unir a família em torno de valores fundamentais. "No início, buscávamos fortalecer os laços familiares com momentos de espiritualidade e convivência. Chegamos a reunir até 54 pessoas, incluindo familiares e amigos queridos, dividindo custos para alugar espaços e garantir que todos pudessem participar." Ao longo dos anos, os encontros evoluíram e se tornaram mais estruturados, refletindo o espírito de união que sempre guiou a família. "Com o tempo, os encontros foram ganhando forma e se tornaram momentos de dinâmicas, palestras, gincanas e celebrações espirituais, envolvendo adultos e crianças. A ideia sempre foi fortalecer o cuidado mútuo e a convivência. Hoje, temos uma sede própria que facilita nossas reuniões e permite continuar celebrando datas especiais como aniversários e festas juninas. Um marco foi a comemoração dos 10 anos, quando cada família preparou algo especial para compartilhar, reforçando ainda mais o valor desses momentos em família." Uma das edições do Clã Monteiros foi realizada em Uberlândia (MG) Arquivo Pessoal Trinta anos de histórias e muitas memórias Para Flávio Monteiro, o caçula da família, os encontros representam um resgate dos momentos simples e cheios de afeto que marcaram sua infância. "Então, a ideia dos encontros foi resgatar o ato de estar junto, estar em família. Eu sou caçula da família e a gente vem de uma família com muitas dificuldades financeiras, muito pobre, e os meus irmãos são os meus super-heróis e a minha mãe é a minha super-heroína. Se não fosse eles, eu não teria conseguido estudar "... O Tio Oscar, com uma das medalhas que ele ganhou do irmão Flávio Arquivo Pessoal As memórias dos domingos em família e da harmonia caótica do cotidiano se tornaram a essência do que o Clã Monteiro busca reviver em cada reencontro. "É uma bagunça organizada, assim. Eu tinha muita saudade desse momento, e os encontros vem um pouco para resgatar tudo isso." Os encontros também são cheios de histórias divertidas que ficam na memória, como a primeira vez que Flávio levou sua esposa para conhecer o Clã. "As lembranças, a melhor que eu tenho, a mais engraçada é da primeira vez que eu levei a minha atual esposa para um encontro da família, que ela chegou, já se assustou com aquele monte de gente. No final do encontro, ela olhou para mim com o olhar esbugalhado assim e falou: Flávio, eu estou muito assustada. Eu nunca vi pessoas comerem tanto como a sua família". Para Orlando Monteiro, que vive em Uberlândia, Minas Gerais, e percorre mais de mil quilômetros para estar presente, os encontros são como uma fonte de energia. “Mesmo quando estava a mais de mil quilômetros de distância, nunca deixei de participar. Cada encontro é uma chance de reconectar com minhas raízes e recarregar o coração”, explica. Ele mora em Minas com a esposa, duas filhas, um neto uma neta e dois genros. É o quarto, dos dez filhos que a dona Caetana e seu Belarmino tiveram. Alguns, infelizmente já faleceram, assim como os pais. E é a necessidade de manter a memória deles viva que faz com que a tradição perdure. Como comenta a sobrinha Vitória Monteiro. "A família é o alicerce que nos mantém unidos, e é nela que encontramos nosso verdadeiro pertencimento, pois, mesmo com o tempo e as perdas, o que nos conecta é o amor e a memória que preservamos juntos". Família de Itapetininga celebra 30 anos de encontros anuais no Réveillon 'Traduz-se em pertencimento' A professora Juliana Machado de Meira compartilhou um olhar profundo sobre o significado do encontro anual do Clã Monteiro's. Ela disse que sua relação com a celebração do Ano Novo ao lado da família "traduz-se em pertencimento", destacando como esse coletivo vai muito além dos laços sanguíneos. "É neste coletivo, ao qual denominamos de família, que fixo minhas raízes e me reconheço no mundo", afirmou. Para ela, estar reunida com o Clã Monteiro's é uma experiência de acolhimento e apoio incondicional: "Sempre que estamos reunidos, meu sentimento ao vivenciar esses momentos pode ser grafado como 'é daqui que eu venho, é daqui que eu sou'." Família de Itapetininga mantém tradição de passar o Réveillon junto há 30 anos Arquivo Pessoal Juliana também mencionou o impacto do encontro em sua trajetória profissional. Como professora, a vivência desses encontros foi uma das inspirações para sua escolha na pós-graduação, ao decidir estudar as festas das culturas populares brasileiras para serem trabalhadas nas escolas. "A estrutura na qual os encontros do Clã Monteiro’s se organizam é muito semelhante às dinâmicas presentes nas celebrações populares pelo Brasil afora", explicou. Juliana acredita que o desejo de estarem juntos é fortalecido pela sensação de pertencimento que todos, de suas maneiras, construíram ao longo desses 30 anos com o Clã Monteiro's. "Todo coletivo traz os desafios da convivência, frente à diversidade que compõe a natureza de cada ser. Porém, o nosso desejo de estarmos juntos é fortalecido e fomentado por essa relação de pertencimento", finalizou. Família que acolhe, além do sangue Eu acho muito bonito, porque eu considero minha família, e o carinho, o vínculo que eu tenho pelas pessoas, é de família mesmo., conta Rogério Marcondes. Ele lembrou que, quando era pequeno, por ser sobrinho da Tia Fia por parte de pai, sempre via os preparativos para o Réveillon e, após ser convidado pela tia a participar, teve uma experiência "surreal" e "incrível". "Na segunda vez, eu quebrei o braço", disse, mas isso não diminuiu a importância do que vivenciou. Rogério acredita que o Clã Monteiro's representa uma forma única e especial de existir no mundo. "O Clã representa para mim uma forma incrível de se existir no mundo. Quem dera outras famílias pudessem também vivenciar essa forma", refletiu. "O estar junto também faz toda a diferença". completou Família de Itapetininga transforma Réveillon em tradição Arquivo Pessoal A nova geração à frente E para o encontro deste ano já está quase tudo pronto, agora as crianças da década de 1990, hoje adultos, que ajudam na organização do Clã. “É um privilégio ter crescido dentro dessa tradição. Ela nos ensina que o segredo da vida está em valorizar o que realmente importa: as pessoas que amamos”, afirma Marcela Monteiro, de 33 anos, que praticamente viveu sua vida inteira envolvida nos encontros. Para Anderson, personal trainer, a celebração dos 30 anos do encontro da família Clã Monteiro é uma ocasião de muito orgulho e alegria. "Esse ano celebramos com alegria e orgulho os 30 anos do nosso encontro de família! Uma história marcada por união, respeito e tradição, que só reforça o amor que nos mantém sempre juntos. Somos um exemplo de como a família é a base mais sólida e verdadeira, onde compartilhamos risadas, conquistas e memórias inesquecíveis. O segredo para 30 anos de história é valorizar o que realmente importa: o amor que une nossas diferenças e nos faz crescer. Uma das coisas mais divertidas do Clã Monteiros volta para edição de 30 anos: as famosas camisetas Arquivo Pessoal Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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