Fuvest 2025: abstenção é de 7,12% no segundo dia de provas da 2ª fase; professores analisam os conteúdos cobrados
Portões foram fechados às 13h e candidatos puderam deixar o local de aplicação a partir das 15h. No domingo (15), primeiro dia desta segunda etapa, abstenç...
Portões foram fechados às 13h e candidatos puderam deixar o local de aplicação a partir das 15h. No domingo (15), primeiro dia desta segunda etapa, abstenção foi de 6,22%. Candidatos fazem 1ª fase da Fuvest na cidade de São Paulo Gian Dias/TV Globo O segundo dia de provas da 2ª fase do vestibular Fuvest 2025 registrou um índice de abstenção de 7,12%. No exame aplicado nesta segunda-feira (16), os candidatos tiveram que responder a 12 perguntas de duas a quatro disciplinas relacionadas às carreiras escolhidas. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Dentre os temas abordados nas questões estavam os Jogos Olímpicos de Paris, surto de mpox, microalgas tóxicas no litoral de São Paulo, chuvas no deserto do Saara e censura na ditadura militar. "Foi uma prova que mediu, realmente, o conhecimento dos alunos. Questões desde tradicionais até questões bem atuais. Todas as disciplinas tiveram questões bem atualizadas", avaliou Vera Antunes, coordenadora pedagógica do curso Objetivo. Matemática — uma prova trabalhosa. "Questões que exigiam que o aluno tivesse e fizesse cálculos mais aprofundados, que exigia do aluno o conhecimento técnico, por exemplo, de juros, cálculo algébrico, geometria espacial. Então, o aluno tinha que ter noção para poder fazer uma questão com dificuldades de interpretação", analisou Vera. “Uma prova exigente, em especial os itens c de todas as questões. Percebe-se a falta de alguns conteúdos que ocupam um tempo relevante do ensino médio: análise combinatória, geometria analítica, polinômios e equações, geometria espacial, trigonometria e funções. Os itens mais exigentes da prova foram 4c e 5c. De praxe, a prova selecionará os candidatos mais bem preparados", afirmou Rodrigo do Carmo Silva, professor de Matemática do Colégio Oficina do Estudante. Física — diversificada. "O vestibulando tinha desde questões tradicionais até questões como o estilingue gravitacional, que exigia muitos cálculos, efeito fotoelétrico, uma questão moderna, bem atual, mas que exigia profundidade de conhecimento", disse Vera Antunes. “Manteve seu padrão habitual, com aproximadamente metade da prova abordando temas pertinentes à mecânica, estando ainda as demais áreas da física diluídas ao longo da prova. Uma prova bem escrita, que exige concentração dos candidatos durante a leitura, boa capacidade de interpretação de texto e organização para a resolução das questões. Interessante ressaltar a presença de um item sobre análise dimensional e as ausências de questões literais", completou o professor Rodrigo Araújo, da Oficina do Estudante. Química — questões contextualizadas e abrangentes. "Questões muito contextualizadas, mas que necessitavam abranger o conhecimento de várias áreas da química. Então, por exemplo, fontes alternativas de bateria nuclear, composição das medalhas da Olimpíada de Paris, ... Exigia, portanto, um conhecimento técnico muito bom de química", avaliou Vera Antunes. “A prova foi muito bem elaborada com preocupação e cuidado nos conceitos tratados tentando abordar, de forma muito abrangente, todos os conteúdos discutidos no ensino médio. Assuntos recorrentes foram cobrados de forma harmoniosa, mantendo o foco e padrão da prova. Todas as questões envolviam raciocínio moderado ou leve em alguns itens de forma que um candidato bem preparado pode realizar o exame sem grandes problemas", apontou o professor Pietro Escobar, da Oficina do Estudante. Biologia — perguntas bastante abrangentes. "Cada questão trazendo assuntos de áreas diferentes da Biologia. Chama atenção a contextualização com a atualidade, como as questões envolvendo a mpox e as olimpíadas. De modo geral, o aluno bem preparado não terá dificuldade em mandar bem na prova, já que ela trouxe assuntos que são geralmente bem trabalhados em sala de aula", avaliou Gustavo Camacho, professor do colégio Oficina do Estudante. Geografia — moderna. "Muito modernas, muito atualizadas. Por exemplo, questões do Congo, questões mostrando a chuva na África, no deserto do Saara, bem atual", disse a coordenadora pedagógica do Objetivo. “Foi complexa, teve uma exigência de conhecimentos aprofundados de geologia, geopolítica, geografia econômica, climatologia, teve um uso intenso de mapas e interpretação de tabelas. Ou seja, foi uma prova que sobe um pouco a régua da segunda fase da Fuvest em relação aos últimos anos, segue uma tendência da Unicamp, que já tinha também sido uma prova mais complexa e demonstra que tem exigido mais conhecimentos específicos, principalmente da geografia do estado de São Paulo”, explicou o professor Felipe de Nóbrega, da Oficina do Estudante. História — diversificada. "Uma prova muito bem feita, diversificada, usando imagens, usando música, historiografia, e tendo a clássica interpretação de texto na questão da ditadura do governo Médici, a resistência através da letra da música "Pesadelo", do MPB 4", analisou Vera Antunes. “[A prova] faz uso de muitos recursos, diferentes estratégias de leitura para o aluno reconhecer e trabalhar com o conhecimento histórico. Outra coisa que é importante percebermos é a presença de temas absolutamente pertinentes — a prova abordou questões como racismo, as mulheres em diferentes momentos da história e ambos os casos sobre o olhar masculino, indígenas, então não vimos nenhuma pergunta pergunta descabida", destacou o professor Victor Rysovas, da Oficina do Estudante. No domingo (15), quando foram aplicadas as provas de redação e português, a abstenção foi de 6,22%. Em ambas as datas, os portões foram abertos às 12h e fechados juntamente com o início da prova, às 13h. Os exames tiveram quatro horas de duração, com tempo mínimo de permanência de duas horas. Os candidatos que estão tentando uma vaga nos cursos de Artes Cênicas e Visuais terão, ainda, que fazer uma prova de competências específicas para essas áreas. Artes Cênicas: as avaliações serão realizadas entre 6/jan e 10/jan; Artes Visuais: os testes ocorrerão em 9/jan; A lista dos aprovados na primeira chamada para matrícula será divulgada em 24 de janeiro. Tema da redação O tema da redação da Fuvest 2025 foi "as relações sociais por meio da solidariedade", segundo a organização. O tema tinha seis textos de apoio para os inscritos, entre eles um fragmento de Quincas Borba, de Machado de Assis, e um trecho da declaração do G20, encontro entre líderes mundiais que ocorreu no Rio de Janeiro em novembro. Havia também trecho de versos do cantor Cazuza, texto do filósofo Edgar Morin e excertos de Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, e Água Funda, de Ruth Guimarães. Além da redação, a prova teve 10 questões dissertativas de português, incluindo interpretação de texto, gramática e literatura. Tema da redação da Fuvest 2025 é solidariedade; abstenção é de 6,22%