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Fuvest anuncia mudanças para vestibular 2026, com cobrança de novas matérias e mais interdisciplinariedade

Gustavo Monaco, diretor da fundação responsável pela elaboração e aplicação das provas, deixa claro, porém, que não estão previstas 'mudanças radicai...

Fuvest anuncia mudanças para vestibular 2026, com cobrança de novas matérias e mais interdisciplinariedade
Fuvest anuncia mudanças para vestibular 2026, com cobrança de novas matérias e mais interdisciplinariedade (Foto: Reprodução)

Gustavo Monaco, diretor da fundação responsável pela elaboração e aplicação das provas, deixa claro, porém, que não estão previstas 'mudanças radicais' na prova e nega que ela esteja se aproximando do formato do Enem. Candidatos conferem dados antes de entrar no campus da Anhanguera em Piracicaba, um dos pontos de aplicação do vestibular da Fuvest na cidade. Antonio Trivelin/g1 A Fuvest anunciou na segunda-feira (16) que seu vestibular passará por mudanças a partir da próxima edição, a ser realizada no segundo semestre de 2025 — a Fuvest 2026. O exame é a principal porta de entrada para os cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP). 🔎 O que muda? As matérias de filosofia, sociologia, artes e educação física passarão a ser cobradas de forma mais direta, "intencionalmente", não apenas em questões de interpretação de texto, imagem ou elementos gráficos; Maior interdisciplinariedade — seguindo a tendência de suas últimas edições, o vestibular focará em perguntas que conectem conhecimentos de diferentes áreas. Por exemplo: uma das competências cobradas dos vestibulandos na área de ciências da natureza e suas tecnologias será "analisar e representar as transformações e conservações de sistemas que envolvam quantidade de matéria, de energia e de movimento". Para isso, os estudantes precisam dominar conceitos da física, como leis de Newton, trabalho e conservação de energia; da química, como reações químicas e termodinâmica; e de biologia, como organização básica de células e metabolismo energético de células. Segundo Gustavo Monaco, diretor da fundação responsável pela elaboração e aplicação das provas, deixa claro que não estão previstas "mudanças radicais" na prova. Ele explica que as modificações visam adequar o programa do vestibular — relação das competências esperadas dos candidatos para cada área do conhecimento — às legislações vigentes e ao conteúdo previsto na Base Nacional Comum Curricular, estabelecida pelo Ministério da Educação. Além disso, a ideia é que haja uma maior aproximação do vestibular com a "vida real", onde as disciplinas não aparecem separadas, mas interligadas. Gustavo nega que o vestibular esteja se aproximando do formato Enem e diz que a Fuvest não abrirá mão de cobrar conteúdo. Não é o conteúdo pelo conteúdo, é o conteúdo dentro de uma aplicação, de um contexto compreensível para o estudante e dentro de uma aplicação na realidade. Ele precisa ser alguém capaz de ser um agente transformador quando sair da universidade. E para isso, ele já precisa entrar com essa habilidade, precisa ler o enunciado da questão e entender que aquilo é uma forma de intervenção, seja na sociedade, no motor de um carro ou numa curva que você vai fazer Desta forma, a Fuvest espera induzir escolas e cursinhos a trabalharem mais com a interdisciplinariedade dos assuntos, preparando seus estudantes para situações reais e para compreender o mundo sob diferentes aspectos. 🔎 Como ficará? 1ª fase: a prova seguirá sendo composta por 90 questões de múltipla escolha. Porém, também serão cobradas perguntas relacionadas a filosofia, sociologia, artes e educação física; 2ª fase: sem alterações, por enquanto. As provas dissertativas deverão se adequar ao novo programa do vestibular em edições posteriores, o que deverá ser anunciado com antecedência para que os candidatos consigam se preparar. Entre as edições de 2026 a 2028, a Fuvest terá, pela primeira vez na história, uma lista de leitura obrigatória só com obras escritas por mulheres autoras da língua portuguesa. Nomes tradicionais da prova, como Machado de Assis, ficarão de fora. Segundo a Fuvest, a renovação se justifica pela necessidade de valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras. "Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres", ressalta a presidente do Conselho Curador da Fuvest e vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda. Aluísio Cotrim Segurado, Pró-Reitor de Graduação da USP e membro do conselho da fundação, acrescenta: "É uma mudança corajosa, necessária, mas que não se afasta da qualidade que a lista da Fuvest sempre teve".

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