Governo Trump irá aplicar sanções para privar Maduro de recursos para seguir no poder, diz enviado dos EUA na ONU
Estados Unidos mantêm cerco naval à Venezuela Os Estados Unidos informaram ao Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (23), que imporão e farão cu...
Estados Unidos mantêm cerco naval à Venezuela Os Estados Unidos informaram ao Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (23), que imporão e farão cumprir sanções contra a Venezuela e seu presidente, Nicolás Maduro, na máxima extensão permitida. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo o embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Mike Waltz, o objetivo de Washington é privar o governo venezuelano de recursos financeiros, vindos do lucro do petróleo, que estariam permitindo que Maduro siga em sua "apropriação fraudulenta do poder e suas atividades narcoterrorismo". “A capacidade de Maduro de vender o petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta de poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor, afirmou. O embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Mike Waltz REUTERS/Eduardo Munoz Nicolás Maduro é acusado pelos EUA de ser o líder do Cartel de los Soles, descrito como um grupo ligado ao tráfico de drogas, e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões - o equivalente a R$ 277 milhões - por informações que levem à sua captura. A sessão do Conselho de Segurança desta terça tinha como objetivo debater as queixas feitas pela Venezuela à ONU sobre os ataques que os EUA vêm realizando no Caribe, além do cerco ao país anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem levado à apreensão de petroleiros. Parlamentares da Venezuela aprovaram lei contra ações dos EUA A Venezuela aprovou nesta terça-feira (23) uma lei que prevê penas de prisão de até 20 anos para quem promover ou financiar o que descreve como pirataria ou bloqueios. A proposta, nomeada como projeto "Para Garantir a Liberdade de Navegação e Comércio contra a Pirataria, Bloqueios e Outros Atos Ilícitos Internacionais", foi votada na Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo partido do governo Nicolás Maduro, e aprovada por unanimidade. Agora, ela será encaminhada ao Executivo para aprovação e entrará em vigor assim que for publicada no Diário Oficial. A lei, que inclui "outros crimes internacionais", surge em meio às operações realizadas pelos Estados Unidos contra carregamentos de petróleo venezuelano. Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela No dia 10 deste mês, o governo americano apreendeu o primeiro petroleiro. A segunda interceptação confirmada por Washington ocorreu no dia 20, dias depois do presidente Donald Trump anunciar um bloqueio total a embarcações que estivessem saindo de portos da Venezuela. Nas duas ocasiões, o governo venezuelano acusou os EUA de "pirataria". Na segunda, afirmou que vai tomar "todas as medidas cabíveis", incluindo buscar o Conselho de Segurança da ONU para prestar uma queixa. Durante a sessão desta terça, o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, que é aliado de Maduro, também fez duras críticas à oposição. Acusou María Corina Machado e seus aliados, que vem dando declarações de apoio às ações do governo Trump, de promover sanções contra a Venezuela e disse: "Eles roubaram, saquearam e se curvaram ao imperialismo americano. Estão satisfeitos com as ações agressivas que estão ocorrendo atualmente no Mar do Caribe". O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela , Jorge Rodríguez REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria Troca de farpas entre Trump e Maduro Nesta segunda-feira (22), Donald Trump e Nicolás Maduro voltaram a trocar farpas. Trump, que anunciou uma nova classe de navios de guerra batizada em homenagem a ele mesmo em um evento na Casa Branca, disse que a coisa "mais inteligente" que o venezuelano poderia fazer é renunciar. Questionado se seu governo quer tirar Maduro do poder, afirmou: "Isso depende dele, do que ele queira fazer. Acho que seria inteligente de sua parte fazer isso [renunciar]. Se ele quiser bancar o durão, será a última vez". Já Maduro, durante uma feira de produtores venezuelanos, alfinetou o presidente americano e disse que ele "estaria melhor" se focasse mais em seu país, e não na Venezuela. "Penso que o presidente Trump poderia fazer melhor em seu país e no mundo. Ele estaria melhor no mundo se focasse nos problemas do seu próprio país. Não é possível que 70% dos seus discursos e declarações sejam [sobre] a Venezuela. E os Estados Unidos?", questionou ele. Maduro e Trump em fotos de arquivo Reuters A declaração de Trump ocorreu horas depois de sua secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmar que Maduro "tem que sair" do poder em uma entrevista à emissora americana Fox News. Ao ser questionada sobre os petroleiros vindos do país que vem sendo interceptados pelos EUA, Noem afirmou: "Não estamos apenas interceptando navios, mas também enviando uma mensagem ao mundo de que a atividade ilegal da qual Maduro participa não pode ser tolerada; ele tem que sair". Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA Reprodução Oficialmente, o governo Trump nunca confirmou que sua ofensiva militar na Venezuela tenha como objetivo uma mudança de regime. Desde agosto, quando começou a ofensiva militar no Caribe, o presidente Donald Trump e seus aliados afirmam que o foco é o combate ao narcotráfico e à entrada de drogas em território americano. Em entrevista recente à revista "Vanity Fair", Susie Wiles, chefe de Gabinete da Casa Branca, já havia sugerido que o verdadeiro objetivo de Trump é tirar Maduro do poder. Ainda nesta segunda, as operações americanas foram alvo de críticas da Rússia e da China. O governo chinês afirmou que a "apreensão arbitrária" de navios de outros países pelos Estados Unidos constitui uma grave violação do direito internacional. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, o país se opõe a todas as "sanções unilaterais e ilegais" dos EUA. O governo russo, que já havia expressado anteriormente seu apoio a Maduro, também reafirmou seu “total apoio” à Venezuela. As Forças Armadas dos Estados Unidos também já realizaram uma série de ataques contra embarcações que supostamente eram usadas para o tráfico de drogas no Mar do Caribe e no Pacífico oriental. Destruíram cerca de 30 embarcações, e pelo menos 104 pessoas morreram nos ataques.