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Imagens inéditas mostram como ficou tornozeleira queimada por Bolsonaro com ferro de solda

Fantástico mostra como funciona sistema de monitoramento de tornozeleiras eletrônicas Em Brasília, a repórter Delis Ortiz, da TV Globo, esteve na central q...

Imagens inéditas mostram como ficou tornozeleira queimada por Bolsonaro com ferro de solda
Imagens inéditas mostram como ficou tornozeleira queimada por Bolsonaro com ferro de solda (Foto: Reprodução)

Fantástico mostra como funciona sistema de monitoramento de tornozeleiras eletrônicas Em Brasília, a repórter Delis Ortiz, da TV Globo, esteve na central que monitorava a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi de lá que saiu o alerta de que algo estava errado com o equipamento. A tentativa de violação, detalhada em reportagem do Fantástico, veio à tona no início da madrugada de sábado. O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica do Distrito Federal (Cime) registrou o incidente com o dispositivo usado pelo ex-presidente. O alerta no sistema de monitoração ocorreu precisamente à meia-noite e sete de sábado, indicando "violação do dispositivo". Inicialmente, Bolsonaro comunicou aos policiais penais que faziam sua escolta que havia batido o equipamento em uma escada. Entretanto, ao receber a equipe do Cime, Bolsonaro admitiu a real causa da avaria. Ele confessou ter usado uma fonte de calor no dispositivo: “Meti um ferro quente aí”, disse o ex-presidente. Questionado sobre qual ferro havia sido usado, ele respondeu: “Não. Ferro de soldar. Solda”. Bolsonaro também informou que a ação de danificar o equipamento havia começado "Já no final da tarde". Imagens inéditas mostram como ficou a tornozeleira queimada por Bolsonaro com ferro de solda Reprodução/TV Globo A pulseira do dispositivo estava "aparentemente intacta," mas o case havia sido violado. Relatório posterior da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) indicou que o equipamento trocado possuía "sinais claros e importantes de avaria". O documento apontou "marcas de queimadura em toda sua circunferência". A tornozeleira violada foi enviada ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, onde será analisada por uma equipe multidisciplinar. Após a violação ser confirmada pela equipe de escolta, o equipamento foi trocado e um novo dispositivo foi instalado. Ao decidir pela prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o incidente "constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga". Detalhe de tornozeleira queimada por Bolsonaro Reprodução Fantástico Tornozeleira queimada por Bolsonaro passa por perícia Reprodução Fantástico Bolsonaro usava a tornozeleira eletrônica desde 18 de julho, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente classificou o equipamento como uma humilhação em 21 de julho de 2025: “Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país”. A medida cautelar havia sido solicitada pela Polícia Federal (PF) e respaldada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), citando as ações do deputado Eduardo Bolsonaro para influenciar o governo dos Estados Unidos a pressionar as autoridades brasileiras. A tecnologia de monitoração eletrônica A monitoração eletrônica é coordenada por estruturas como o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica do Distrito Federal (Cime), que existem em cada estado. A monitoração funciona 24 horas, 7 dias por semana. A decisão judicial é quem estabelece todas as regras de monitoração. O secretário de administração penitenciária do DF Wenderson Souza e Teles afirma que "qualquer violação, qualquer ação do monitorado que fuja dessas regras, a gente trata essa informação e comunica ao judiciário para adotar as providências cabíveis". A tecnologia de monitoramento evoluiu, e o Brasil tem mais de 170 mil tornozeleiras em uso, segundo dados do primeiro semestre de 2025. Cada dispositivo tem uma placa que integra GPS, modem e dois cartões de operadoras telefônicas diferentes, buscando evitar instabilidade ou queda de sinal. As tornozeleiras emitem sinais de localização em tempo real, são resistentes à água, e possuem baterias que necessitam ser recarregadas diariamente. Elas também emitem alertas quando o monitorado sai da área permitida ou tenta violar o equipamento. A diretora do Cime, Ivani Matos Sobrinho, destacou que o propósito da monitoração não é que o equipamento seja inquebrável, mas sim que o monitorado "cumpra regras". Qualquer tipo de violação ou tentativa de violação, seja de pulseira ou estrutural, aparece para a central "na mesma hora" na tela de monitoração, confirmou Ivani. O simples fato de "sair do portão da casa e já vai pra rua" pode ser um descumprimento de regra se a determinação for a permanência domiciliar. Apesar de centenas de alertas diários, fugas efetivas são raras, segundo o secretário Wenderson. Se o corte da pulseira for caracterizado ou se houver uma fuga, a central é avisada imediatamente. Nesse caso, a violação é registrada e comunicada "de imediato para o judiciário para adotarmos providências ou regressão de regime ou decretação da prisão". A origem dessa tecnologia, iniciada no Brasil em 2010, remonta aos anos 1970, quando um juiz do Novo México, Jack Love, se inspirou em uma tirinha do 'Homem-Aranha', onde o vilão 'Rei do Crime' usava um bracelete para vigiar o herói. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo.