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Israel e Palestina no vestibular: veja a origem do conflito, eventos marcantes e o que pode cair nas provas

Foto tirada do lado israelense da fronteira com a Faixa de Gaza mostra nuvens de fumaça subindo de explosõesapós o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Is...

Israel e Palestina no vestibular: veja a origem do conflito, eventos marcantes e o que pode cair nas provas
Israel e Palestina no vestibular: veja a origem do conflito, eventos marcantes e o que pode cair nas provas (Foto: Reprodução)

Foto tirada do lado israelense da fronteira com a Faixa de Gaza mostra nuvens de fumaça subindo de explosõesapós o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Menahem Kahana/ AFP O conflito entre Israel e a Palestina é um dos temas de geopolítica mais recorrentes em vestibulares como o da Unicamp e o Enem. Para entender a complexidade do assunto e se preparar para as questões, o estudante deve ir além da atualidade e mergulhar na história e na geografia da região. Segundo o professor Daniel Simões, do Colégio Oficina do Estudante, em Campinas (SP), o assunto pode aparecer em diferentes formatos, tanto em perguntas sobre o Oriente Médio, quanto em abordagens ligadas à geopolítica, direitos humanos e relações internacionais. “O aluno tem que estudar sempre olhando nos mapas, inclusive para saber claramente que a Faixa de Gaza e Cisjordânia eram para ser totalmente destinadas aos palestinos e eram bem maiores do que hoje nós entendemos por Gaza e Cisjordânia”, explica. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Como começou: a origem no pós-Segunda Guerra Israel liberta quase 2 mil prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo Simões destaca que o conflito atual está diretamente relacionado ao pós-Segunda Guerra Mundial, quando o Holocausto gerou comoção em todo o mundo e fortaleceu a ideia de criar um lar nacional para o povo judeu. Entenda: o movimento sionista, que buscava um Estado judeu, surgiu no final do século XIX, na Europa centro-oriental, como um movimento de pretensão nacionalista. Ainda assim, ele não era majoritário, pois muitos judeus queriam ser assimilados às sociedades locais e não migrar para outra localidade. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs o Plano de Partilha, assunto que requer atenção especial dos estudantes, segundo o professor: o plano previa dividir a Palestina em dois Estados (um judeu e um palestino) e transformar Jerusalém em uma cidade de controle internacional. LEIA TAMBÉM Cessar-fogo em Gaza: ação de Trump foi decisiva para acordo, mas ainda está longe de garantir processo de paz 'Day after': enfraquecimento do Hamas ameaça mergulhar Gaza em conflitos internos; conheça clãs rivais do território "E aí vem o plano para se criar Estado nacional judeu, só que para criar esse Estado prevê-se ocupar um território que já tem uma população. [...] é aí que o aluno tem que começar a prestar um pouco mais de atenção a detalhes," afirma o professor. O território em questão é, justamente, a Palestina, que antes tinha sido ocupada pelo Império Otomano e naquele momento do pós-guerra estava sob posse dos ingleses. 📝 Anote para revisar: pós-Segunda Guerra Mundial Movimento Sionista Plano de Partilha de 1947 Império Otomano Palestinos olham para fumaça ao longe de ataque de Israel na Faixa de Gaza em 5 de outubro de 2025. REUTERS/Mahmoud Issa O que veio depois: sete décadas de conflitos A recusa dos países árabes ao Plano de Partilha levou Israel a declarar a independência de forma unilateral, iniciando um ciclo de conflitos regionais. Simões sugere que, a partir desse momento, o aluno trace uma linha do tempo sobre quais foram esses conflitos e seus resultados. “Todos esses conflitos foram vencidos por Israel que, ao vencê-los expandiu o seu território tomando territórios que eram, segundo aquele plano de 47, dos palestinos. Então eles vão tomar a Faixa de Gaza, vão tomar a Cisjordânia, vão tomar Jerusalém”, conta. A ONU também previa corredores econômicos e coexistência pacífica entre os dois Estados — o que, na prática, nunca aconteceu, uma vez que o plano fracassou com o início da guerra de 1948. Conflitos Além desses, vários outros eventos importantes devem ser lembrados nesta linha do tempo, entre eles: a Guerra de Suez em 1956, quando o Egito nacionalizou o canal; e a Intifada dos anos 1980, uma grande revolta popular contra o domínio de Israel em territórios palestinos, que ficou marcada pelos ataques feitos com pedra lançadas pelos palestinos contra o exército de Israel. 📝 Anote para revisar: linha do tempo dos conflitos; independência de Israel; as fronteiras de Israel e o mapa do conflito. A história da delimitação de fronteiras de Israel, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Síria e Egito Arte/g1 Grupos locais e outros países envolvidos Para o professor, compreender os diferentes grupos palestinos também é essencial. Ele lembra que movimentos como a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de caráter político, e o Hamas, de orientação fundamentalista, representam vertentes distintas da luta pela criação de um Estado. As provas podem, ainda, abordar o papel das potências mundiais e o impacto da Guerra Fria no Oriente Médio. “A União Soviética apoiava os países árabes, enquanto os Estados Unidos se aproximaram de Israel [...] Hoje, o apoio norte-americano continua decisivo, e o atual cessar-fogo só foi possível pela interferência política de Washington”, explica. Já nos posicionamentos diplomáticos, o Brasil, historicamente, mantém uma postura de neutralidade tentando manter as relações comerciais tanto com Israel, quanto com os países árabes. Essa postura também deve ser lembrada pelo vestibulando, ressalta Simões. “O Brasil tem essa tradição de neutralidade. O aluno deve lembrar que o Brasil é um grande exportador de carne para os países árabes. Então a gente não quer melindrar o lado árabe da coisa, mas o ideal seria também não ter problemas com Israel”, conta. 📝 Anote para revisar: movimentos palestinos; o papel das potências mundiais no conflito; impactos da Guerra Fria no Oriente Médio; a neutralidade brasileira diante dos conflitos. Exemplo de questão em prova Unicamp 2025 - 1ª fase - Questão 15 do Vestibular Reprodução No vestibular Unicamp 2025, o conflito foi abordado na prova de inglês (veja a imagem acima). Segundo a correção realizada pelos professores da Oficina do Estudante, a resposta correta é B. A expressão “under fire” é utilizada como figura de linguagem para afirmar que a polícia teria sido alvo de críticas por ter ameaçado (“threat”) a prisão de um cidadão judeu. 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