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Justiça condena ex-prefeito e mais seis pessoas por fraude a concurso realizado há 18 anos no Tocantins

Cidade de Palmeiras do Tocantins Divulgação/Prefeitura de Palmeiras do Tocantins O ex-prefeito de Palmeiras do Tocantins Anissé Alves de Sousa, conhecido com...

Justiça condena ex-prefeito e mais seis pessoas por fraude a concurso realizado há 18 anos no Tocantins
Justiça condena ex-prefeito e mais seis pessoas por fraude a concurso realizado há 18 anos no Tocantins (Foto: Reprodução)

Cidade de Palmeiras do Tocantins Divulgação/Prefeitura de Palmeiras do Tocantins O ex-prefeito de Palmeiras do Tocantins Anissé Alves de Sousa, conhecido como Zé Ademar, foi condenado por fraudar o concurso público do município realizado em 2007, há 18 anos. Outros seis envolvidos também foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). Segundo o Ministério Público do Tocantins (MPTO), há indícios de que o concurso foi manipulado para favorecer pessoas ligadas ao então gestor. As investigações apontaram que 20 aprovados tinham vínculo direto com Zé Ademar, incluindo esposa, filhos, sobrinhos, genro e vereadores aliados. O g1 tentou contato com a Zé Ademar, mas não obteve resposta. Os nomes dos outros condenados não foram divulgados pelo MPTO ou pelo TJTO, e os advogados deles não foram localizados. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp O g1questionou à Prefeitura de Axixá e o MPTO se os aprovados tomaram posse e como fica a situação deles, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem. Fraude e favorecimento Segundo o MPTO, a decisão afirma que houve uma “aprovação estatisticamente improvável”, caracterizando nepotismo disfarçado e violação ao princípio da impessoalidade. O processo apurou que a empresa Consulderh foi contratada sem licitação e sem comprovação de especialização técnica. Outra irregularidade teria sido cometida durante a composição da comissão organizadora, formada exclusivamente por servidores temporários, contrariando a norma que exige pelo menos dois servidores efetivos. Na época, o edital foi divulgado apenas no mural da Prefeitura e no Diário Oficial, restringindo a participação de candidatos de outras cidades. Além disso, os locais e horários das provas foram informados com apenas três dias de antecedência. A Consulderh foi condenada junto com seus representantes, o assessor jurídico do município à época, e os três membros da comissão organizadora. A reportagem tentou contato com os responsáveis pela empresa, mas não obteve resposta. LEIA TAMBÉM: Tocantins tem desembargador e juízes afastados por suspeitas que vão de assédio a venda de decisões Governador em exercício nomeia Carlos Amastha para a Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços Polícia ambiental aplica R$ 2,3 milhões em multas após flagrar garimpo ilegal e áreas degradadas no Tocantins A ação foi ajuizada em maio de 2019 e foi julgada improcedente em primeira instância, em agosto de 2025, sob alegação de ausência de dolo e falta de dano material ao erário. O MPTO recorreu da decisão, sustentando que atos de improbidade que violam princípios independem de prejuízo financeiro. Para o Ministério Público, “o benefício indevido para terceiros foi o resultado direto e intencional de toda a engrenagem fraudulenta montada”. Ainda cabe recurso às cortes superiores. Os réus foram penalizados com multa civil equivalente a 24 vezes a remuneração percebida à época e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de quatro anos. VEJA TAMBÉM: MPTO investiga casos de nepotismo em cidades do interior do Tocantins; entenda MPTO investiga casos de nepotismo em cidades do interior do Tocantins; entenda Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.