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Justiça Federal manda soltar capitão da PM preso em operação contra grupo acusado de praticar crimes financeiros e movimentar R$ 6 bilhões

Policial civil que era sócio de banco virtual também teve habeas corpus concedido. Ambos foram presos durante operação da Polícia Federal realizada em nove...

Justiça Federal manda soltar capitão da PM preso em operação contra grupo acusado de praticar crimes financeiros e movimentar R$ 6 bilhões
Justiça Federal manda soltar capitão da PM preso em operação contra grupo acusado de praticar crimes financeiros e movimentar R$ 6 bilhões (Foto: Reprodução)

Policial civil que era sócio de banco virtual também teve habeas corpus concedido. Ambos foram presos durante operação da Polícia Federal realizada em novembro de 2024. Justiça Federal solta policiais de SP presos em operação da PF contra grupo acusado de crimes financeiros A Justiça Federal determinou a soltura de um capitão da Polícia Militar de São Paulo acusado de integrar uma organização criminosa que operava um complexo sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que teria movimentado R$ 6 bilhões, nos últimos cinco anos. Diogo Costa Cangerana foi preso durante uma operação da Polícia Federal (PF), em novembro de 2024. Segundo as investigações, ele era responsável por captar clientes para os crimes financeiros, além de oferecer estrutura para o esquema. Ele foi solto em 18 de dezembro, após um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal (TRF3). A informação só foi confirmada neste sábado (4), pela TV Globo. Questionada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que Diogo foi "alocado na diretoria de logística da PM, onde cumpre expediente administrativo". Capitão da PM preso em operação da PF já fez segurança de cinco governadores e viajou para exterior com Tarcísio de Freitas Além do capitão, um agente da Polícia Civil de São Paulo também teve a soltura decretada na mesma data. Cyllas Salerno Elia Junior era sócio de um banco digital e estava afastado de suas funções na corporação desde dezembro de 2022. Segundo a SSP, ele permanece afastado e sem remuneração. Cyllas também foi mencionado por Vinícius Gritzbach na delação premiada assinado com o Ministério Público. No acordo, o empresário entregou nomes de policiais que teriam recebido propina para não incriminá-lo em investigações relacionadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A defesa do policial civil nega que ele tenha envolvimento com qualquer crime e disse que o "2 Go Bank", instituição da qual é um dos donos, possui sistemas de controle rigorosos sobre as operações financeiras realizadas. Já a defesa de Diogo Cangerana não foi localizada pela TV Globo. A SSP informou que "as corregedorias das polícias civil e militar apuram os fatos relativos às condutas dos policiais e permanecem à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações que resultem em suas prisões". Operação "Tai-Pan" PF faz operação contra lavagem de dinheiro A ação foi realizada em São Paulo e outros cinco estados, além do Distrito Federal. Segundo a PF, o grupo, chefiado em parte por chineses, é suspeito de praticar nos últimos cinco anos crimes financeiros no valor de R$ 6 bilhões. Entre os integrantes estão brasileiros e estrangeiros de diversas funções, como policial militar e civil, gerentes de bancos e contadores. A investigação começou em 2022 e revelou o esquema, que realizou operações de crédito e débito que chegaram a R$ 120 bilhões. Em 2024, o chefe do grupo movimentou, sozinho, R$ 800 milhões. Ele buscava a abertura de empresas e contas bancárias com capacidade de movimentar R$ 2 bilhões por dia. No total, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais nos estados de São Paulo, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Bahia. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 10 bilhões de 214 empresas. Pelo menos 200 policiais federais atuam na operação. A Polícia Federal informou que o dinheiro circulava dentro do Brasil e era enviado, principalmente, para China e Hong Kong, além de Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia e Emirados Árabes. O objetivo era atender um fluxo de dinheiro para o território chinês, mas atendia qualquer pessoa que quisesse ocultar capitais, lavar dinheiro ou enviar e receber valores do exterior. Segundo a corporação, há ainda indícios de envolvimento de quadrilhas especializadas em tráfico de drogas, armas e contrabando. Como funcionava o esquema Ainda de acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa usava meios clássicos de lavagem de dinheiro: Boletagem; Empresas de fachada; Laranjas; Falsificação de documentos de importação e exportação; Pulverização de operações bancárias; Operações de câmbio fraudulentas; Dólar-cabo. Mas também recorreu a "modernos métodos", como o uso de fintechs e transferência de dinheiro para criptoativos. "Esses novos modelos e instrumentos de lavagem e evasão permitiram à organização saltar de milhões de reais para valores na casa de bilhões de reais", diz a nota da Polícia Federal. A Receita Federal também apoiou a operação em alguns endereços para fazer análise fiscal. O nome da operação, "Tai-Pan", significa "chefe supremo", e é uma referência a uma obra literária, ambientada no século XIX, sobre um empresário responsável pelo transporte e comercialização de mercadorias chinesas para o mundo. Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, ocultação de capitais e evasão de divisas, com penas que podem chegar a 35 anos de prisão.

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