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Moraes pede que Primeira Turma do STF marque julgamento dos réus do caso Marielle

Caso Marielle: PGR pede condenações dos irmãos Brazão e de delegado O ministro Alexandre de Moraes pediu, nesta quinta-feira (4), que a Primeira Turma do Su...

Moraes pede que Primeira Turma do STF marque julgamento dos réus do caso Marielle
Moraes pede que Primeira Turma do STF marque julgamento dos réus do caso Marielle (Foto: Reprodução)

Caso Marielle: PGR pede condenações dos irmãos Brazão e de delegado O ministro Alexandre de Moraes pediu, nesta quinta-feira (4), que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marque a data do julgamento dos réus acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos em março de 2018 no Rio de Janeiro. O processo, do qual Moraes é relator, está pronto para ir a julgamento após o encerramento da instrução e a entrega das alegações finais do Ministério Público, das assistentes de acusação e das defesas. O pedido de Moraes ocorre na mesma semana em que o STF começou a ouvir os cinco presos que respondem à ação penal. Quem são os réus no STF Respondem ao processo: Chiquinho Brazão (deputado) e Domingos Brazão (ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio) — apontados pela Polícia Federal como mandantes do crime; Rivaldo Barbosa — delegado, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, acusado de ser o mentor intelectual do atentado; Ronald Paulo Alves Pereira (Major Ronald) — apontado por Ronnie Lessa (preso como executor do crime) como responsável por monitorar a rotina de Marielle; Robson Calixto Fonseca (Peixe) — ex-PM e ex-assessor de Domingos Brazão, suspeito de ajudar a ocultar a arma e de integrar o núcleo financeiro e imobiliário do grupo. A denúncia, já recebida integralmente pela Primeira Turma, inclui crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e organização criminosa. Depoimentos dos réus Veja o que disseram os réus na oitiva no STF: Chiquinho Brazão Primeiro a ser ouvido, o deputado federal chorou durante a audiência e afirmou ter boa relação com Marielle. “Marielle sempre foi minha amiga. Era uma pessoa muito amável.” Chiquinho negou conhecer Ronnie Lessa e disse ter encontrado Macalé — intermediário da “encomenda” do crime — apenas quatro vezes. Afirmou também que nunca tratou de assuntos ligados a milícia. Domingos Brazão O conselheiro do TCE do Rio também negou conhecer Lessa e disse que o acusado “se sentiu encurralado” após a delação de Élcio de Queiroz. Emocionado, afirmou: “Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle. Ele [Lessa] está destruindo a minha família.” Domingos relatou ter perdido 26 kg desde que foi preso e disse não entender as acusações. Rivaldo Barbosa O delegado iniciou seu depoimento dizendo que sua prisão representou “sua morte”. “Eu fui assassinado. Me enterraram e vou tentar ressuscitar.” Ele afirmou ser vítima das mentiras de Ronnie Lessa e disse acreditar que Cristiano Girão — e não os irmãos Brazão — teria sido o verdadeiro mandante do crime. Robson Calixto (Peixe) O ex-PM negou participação no crime e afirmou que só teve seu nome citado por acompanhava Domingos Brazão: “Graças a Deus nunca encontrei Lessa. Eu sou motorista do Domingos.” A PGR aponta Calixto como responsável por gerir atividades de grilagem e repasse de dinheiro a laranjas para beneficiar o grupo. A Procuradoria diz que ele monitorou a rotina da vereadora e, no dia do atentado, avisou Macalé sobre o evento que Marielle participaria — informação que teria sido repassada a Ronnie Lessa antes da execução. Processo pronto para julgamento Com todos os interrogatórios concluídos em outubro de 2024 e as diligências complementares finalizadas, Moraes abriu prazo para alegações finais em abril de 2025. Todas as manifestações foram entregues até junho. No despacho desta quinta, o ministro afirma que nada mais impede o julgamento. “Considerando o regular encerramento da instrução processual […], solicito ao Presidente da Primeira Turma, Ministro Flávio Dino, dias para julgamento presencial da presente ação penal.”