Passagem de tatuzão causou afundamento do solo no canteiro de obra da futura Linha 6-Laranja do metrô, diz Prefeitura de SP
Prefeitura de SP informou que não houve vítimas. O equipamento é o mesmo que ficou preso em túnel após abertura de cratera na Marginal Tietê, em 2022. Bur...
Prefeitura de SP informou que não houve vítimas. O equipamento é o mesmo que ficou preso em túnel após abertura de cratera na Marginal Tietê, em 2022. Buraco se abre em canteiro de obra da futura Linha 6-Laranja do Metrô, no Centro de SP Um dos tatuzões que trabalham nas obras da Linha 6 - Laranja em São Paulo, o "Maria Leopoldina", causou o afundamento do solo, abrindo uma cratera nas obras da estação Bela Vista, no Centro da capital, segundo informações da Prefeitura de São Paulo. O equipamento pesa 2 mil toneladas e tem 109 metros de extensão, com diâmetro de escavação de 10,61 metros. A máquina pode perfurar aproximadamente 12 metros por dia, e são necessárias 45 pessoas para operá-la. Tatuzão é o nome popular dado às tuneladoras - Tunnel Boring Machine (TBM), ou máquina de perfuração de túnel, em português. Por meio de ferramentas cortantes e aplicação de pressão, ela é capaz de abrir caminho para a passagem de trens subterrâneos em solos umedecidos pelo lençol freático. O "Maria Leopoldina" ganhou este nome em homenagem à imperatriz brasileira, que teve papel fundamental na independência do país. O equipamento possui: refeitório; cabine de enfermagem; esteira rolante para a retirada do material escavado; cabine de comando e equipamentos auxiliares. Este tatuzão começou a operar em 16 de dezembro de 2021, escavando em direção à região central de São Paulo. Ele já passou pelas estações: Santa Marina Água Branca Sesc-Pompeia Perdizes PUC-Cardoso de Almeida Faap-Pacaembu Higienópolis-Mackenzie 14 Bis - Saracura Bela Vista Um vídeo mostra o momento em que a estrutura de um teatro abandonado localizado ao lado da obra desabou e caiu na cratera (veja acima). A Concessionária Linha Uni, responsável pela obra, informou que, durante a passagem da tuneladora no local, houve um solapamento parcial do solo. A empresa informou que não houve feridos, que não há risco para a população e que, por medida de segurança, a área ao redor do poço foi isolada. "A equipe técnica está no local. A Linha Uni reforça que mantém comunicação contínua com a comunidade e está atuando para minimizar qualquer impacto a moradores e comerciantes da região", disse a empresa em nota. "De acordo com o plano de contingência do projeto, toda a área estava isolada e o imóvel afetado já se encontrava tambem isolado e escorado para mitigar eventuais outros danos. A empresa está investigando as razões da intercorrência, mas esclarece que a situação está estabilizada. O cronograma de obras não foi afetado e tanto o túnel quanto a tuneladora não foram impactados", afirma. A Defesa Civil também foi acionada e durante a vistoria, foi constatado "solapamento parcial do solo devido à passagem do tatuzão" e reforçou que não houve vítimas. Os agentes também vistoriaram o imóvel localizado na Rua Rui Barbosa, 664, e não foram identificados riscos à estrutura. Desabamento na Linha 6 - Laranja. Arte g1/ Kayan Albertin Há dois anos, esse mesmo tatuzão ficou preso em um túnel após a abertura de uma cratera na Marginal Tietê. O asfalto cedeu. (leia mais abaixo) Acidente em obras do metrô abre cratera em SP Como foi o desmoronamento de 2022? Veja o momento do desmoronamento em obra do metrô na Marginal Tietê, em SP Aquele desmoronamento ocorreu por volta das 9h, antes da Ponte do Piqueri, no sentido Ayrton Senna, ao lado de um poço cavado construído entre as futuras estações Santa Marina e Freguesia do Ó. Ao longo da manhã, o buraco aumentou de tamanho. No momento do acidente, o tatuzão seguia no trecho sentido sul, na direção do Rio Tietê, entre as futuras estações Santa Marina e São Joaquim, e estava cerca de 3 metros abaixo do nível da tubulação de esgoto que se rompeu e inundou a obra, ao lado do poço de ventilação. Segundo a Acciona, concessionária responsável pela obra, o tatuzão estava a 1,8 metro de distância do local que desmoronou. Na época, a construtora responsável pela obra divulgou um laudo de 96 páginas alegando que houve "falha estrutural do túnel de esgoto". O documento aponta que "o vazamento de esgoto foi uma consequência mais provável da fragilidade" da rede da Sabesp, "que provavelmente operava sob pressão". Em janeiro de 2023, um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado ao governo do estado insetou a Sabesp de culpa e coloca suspeitas sobre procedimentos da construtora Acciona, que faz a obra. Já em agosto deste ano, um outro lado contratado pelo governo de São Paulo apontou que o acidente não teve relação com o avanço do "tatuzão" do Metrô. Segundo o estudo, o chão cedeu depois que uma supertubulação da Sabesp se rompeu. O novo relatório aponta que o sistema de esgoto da região estaria operando com sobrecarga em diversos dias e que esse fator, aliado à chuva, pode ter levado ao rompimento.