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Prefeito afastado de São Bernardo violou medida cautelar do TJ-SP ao sair da cidade e tornozeleira eletrônica apitar, diz SSP

Prefeito afastado de São Bernardo do Campo viola regras do uso da tornozeleira eletrônica O prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos...

Prefeito afastado de São Bernardo violou medida cautelar do TJ-SP ao sair da cidade e tornozeleira eletrônica apitar, diz SSP
Prefeito afastado de São Bernardo violou medida cautelar do TJ-SP ao sair da cidade e tornozeleira eletrônica apitar, diz SSP (Foto: Reprodução)

Prefeito afastado de São Bernardo do Campo viola regras do uso da tornozeleira eletrônica O prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), violou na última sexta-feira (12) uma das medidas cautelares impostas pela Justiça de São Paulo ao afastá-lo do cargo no mês passado. Documentos da Secretaria de Segurança Pública (SSP) obtidos pelo g1 mostram que Lima ficou sete minutos fora do perímetro da cidade de São Bernardo e teve o alarme da tornozeleira eletrônica imposta pela Justiça acionado. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Um comunicado feito pela SSP à Justiça afirma que Marcelo Lima foi contatado pelos agentes do serviço de monitoramento de criminosos e argumentou que a saída de São Bernardo ocorreu por conta de uma interdição na Avenida Piraporinha, que o obrigou a fazer um desvio por dentro de Diadema. O registro da violação foi anexado ao processo judicial que investiga o esquema de corrupção envolvendo o prefeito, vereadores da base na cidade e empresários. Segundo as normas da SSP, toda vez que o monitorado entra em uma área de exclusão, a tornozeleira vibra e emite bip sonoro longo, alertando sobre a violação das normas impostas pela Justiça. Documento da Secretaria de Segurança Pública de SP revela que Marcelo Lima (Podemos) violou restrição do TJ-SP de não deixar a cidade de São Bernardo. Reprodução A tornozeleira eletrônica foi imposta a Marcelo Lima pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, no âmbito da Operação Estafeta, que descobriu um esquema milionário de desvios de recursos públicos em São Bernardo. O esquema consistia em desviar dinheiro de contratos de empresas com a prefeitura municipal e a Fundação ABC, em benefício do grupo que tinha funcionários públicos, políticos e empresários envolvidos (veja mais aqui). Ao autorizar a operação da PF que fez busca e apreensão nos endereços do prefeito afastado em agosto, o desembargador Roberto Porto, do Tribunal de Justiça de SP, impôs as seguintes medidas cautelares a Marcelo Lima, em substituição ao pedido de prisão preventiva feito pelos investigadores: afastamento do cargo público por um ano; proibição de ausentar-se da Comarca de São Bernardo do Campo; recolhimento domiciliar noturno; monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira A reportagem do g1 procurou o escritório que defende Marcelo Lima, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. O prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos). Brenner Oliveira/Divulgação/PMSBC Operação Estafeta - 1° mês Entenda como era o esquema de corrupção na prefeitura de São Bernardo do Campo, de acordo com a PF A megaoperação da Polícia Federal (PF) que revelou um esquema de corrupção São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, completou um mês no domingo (14) com o principal líder do esquema ainda foragido da Justiça. Outros três suspeitos de envolvimento no esquema, que estavam presos preventivamente, conseguiram liberdade provisória. (Leia mais abaixo.) 🔎 Contexto: O esquema, segundo a PF, funcionava por meio de uma complexa organização criminosa com o objetivo de desviar recursos públicos e lavar dinheiro, envolvendo empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção que mantêm contratos com a prefeitura e a Fundação ABC. O ex-servidor público da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Iran Paulino Costa, é apontado pela PF como operador financeiro e ainda não foi encontrado pelas autoridades. De acordo com a PF, Paulo Iran coordenava o desvio de recursos públicos da prefeitura, controlava o fluxo da propina e pagava diversas despesas pessoais do prefeito afastado da cidade, Marcelo Lima (Podemos), e da família dele. Paulo Iran Paulino Costa é acusado pela PF de ser operador do esquema de corrupção que afastou o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), do cargo no mês passado. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo/Câmara dos Deputados A investigação teve início quando agentes encontraram na casa de Paulo Iran a quantia de quase R$ 14 milhões em espécie. A descoberta aconteceu por acaso, enquanto os federais realizavam uma operação no prédio onde ele morava, em 7 de julho. Uma parte do dinheiro sem comprovação de origem estava no carro dele e a outra no apartamento, onde a Polícia também encontrou anotações a mão e em post-its para onde o dinheiro estava sendo destinado. A prisão preventiva de Paulo Iran foi decretada pela Justiça, mas ele não se apresentou às autoridades. A defesa dele impetrou um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também no Supremo Tribunal Federal (STF), mas não obteve nenhuma decisão favorável. Procurada, a defesa dele afirmou que a PF não possuía ordem judicial para entrar na residência de Paulo Iran em julho, por isso "buscará nos autos a nulidade da apreensão e de todas as provas dela derivadas". "Os agentes cometeram verdadeira pescaria probatória, o que é vedado pelos nossos tribunais", ainda declarou o advogado Fernando Agrela Araneo, que representa o investigado. Após operação, Câmara de São Bernardo tem 1ª sessão Exonerado da Alesp em 15 de agosto, ele estava lotado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), recebendo o salário bruto de R$ 8.419,42 antes de ser demitido pelo parlamentar. Por nota, o deputado do PL afirmou que “assim que tomou conhecimento através da imprensa de investigações e suspeita de envolvimento do servidor Paulo Iran em qualquer questão que envolve investigações na cidade de São Bernardo já tomou as devidas providências de exoneração”. LEIA TAMBÉM: Quem é Jéssica Cormick, a vice-prefeita que assume São Bernardo após afastamento do prefeito por suspeita de corrupção Prefeito de São Bernardo afastado foi vice por seis anos e assumiu a cidade em janeiro após derrotar PT e bolsonaristas; veja perfil Esquema de corrupção envolvendo Marcelo Lima tinha celulares clandestinos e códigos em São Bernardo; entenda o funcionamento MP-SP denuncia prefeito afastado de São Bernardo, Marcelo Lima, por organização criminosa e lavagem de dinheiro Três libertados pela Justiça Outros três suspeitos de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro e corrupção conseguiram liberdade provisória, após decisões monocráticas de habeas corpus decididas pelo STJ. Nas decisões, o judiciário considerou que os investigados são réus primários e não oferecem risco à sociedade. Além disso, os crimes pelos quais são investigados não envolvem grave ameaça ou violência. São eles: Caio Henrique Pereira Fabbri: sócio da Quality Medical Comércio e Distribuidora de Medicamentos Ltda. Edmilson Carvalho: empresário e sócio da Terraplanagem Alzira Franco Ltda. Antônio Rene da Silva Chagas: diretor de Departamento na Secretaria de Coordenação Governamental. Os investigados devem cumprir algumas medidas cautelares, como comparecer periodicamente ao fórum, não se ausentar do estado de São Paulo por mais de sete dias sem comunicação prévia, não manter contato com os demais investigados e testemunhas, entre outras restrições. Entenda esquema de corrupção que afastou prefeito de São Bernardo do Campo Segundo a investigação, Antônio Rene é peça fundamental no esquema e atuava com Paulo Iran na arrecadação e no repasse dos recursos. Eles se comunicavam por celulares "clandestinos" e códigos especiais para impedir a identificação dos envolvidos. Já Caio Henrique é sócio da Quality Medical, empresa investigada por supostas irregularidades em contratos públicos e pela movimentação de grandes quantias em dinheiro, com indícios de improbidade administrativa e participação em crimes financeiros, como lavagem de dinheiro. Edmilson é investigado por suposta participação em uma organização criminosa envolvida na movimentação e desvio de valores ilícitos em espécie, que teriam origem em contratos públicos com a prefeitura e a Fundação ABC. O g1 tenta contato com as defesa de Antônio Rene, Caio Henrique e Edmilson. Dinheiro apreendido pela PF nesta quinta-feira (14), em endereços ligados a empresários e servidores que participavam do esquema de corrupção em São Bernardo do Campo (SP). Montagem/g1/Reprodução/TV Globo Com o afastamento do prefeito, quem assume o comando da cidade é a vice-prefeita, Jessica Cormick, do Avante. Arte/g1