Tarcísio escolhe advogado como novo ouvidor da polícia de SP para os próximos dois anos
Governador decidiu colocar Mauro Caseri, terceiro mais votado da lista tríplice, para assumir órgão responsável por receber denúncias contra policiais no e...
Governador decidiu colocar Mauro Caseri, terceiro mais votado da lista tríplice, para assumir órgão responsável por receber denúncias contra policiais no estado. Ele irá substituir o atual ouvidor Claudio Silva, que recebeu o maior número de votos. Advogado Mauro Caseri será o novo ouvidor da polícia de São Paulo a partir de 2025 Reprodução O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nomeou nesta terça-feira (17) o novo ouvidor da polícia de São Paulo para os próximos dois anos, a partir de 2025. O advogado Mauro Caseri foi escolhido numa lista tríplice de concorrentes ao cargo que foi entregue ao governo estadual. Ele irá substituir o atual ouvidor, Cláudio Silva. A lista tríplice apresentada ao governador trazia três possíveis nomes indicados por representantes do Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público (MP), Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membros da sociedade civil do estado. Como ocorreu nos últimos anos, a lista foi elaborada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). Caseri foi o terceiro mais votado da lista, com sete votos. Cláudio, que tentava o segundo mandato, foi o mais votado, com nove votos. Valdison Pereira ficou em segundo lugar, com oito votos. O governador tinha até o dia 23 de dezembro para escolher quem seria o ouvidor para os próximos dois anos. Além de advogado, Caseri é o atual chefe de gabinete de Cláudio. A nomeação dele foi publicada nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial (DO). Como Claudio saiu de férias a partir desta segunda-feira (16), Caseri já substitui o atual ouvidor desde então até o dia 30 de dezembro. A gestão do atual ouvidor terminará em 31 de dezembro. O advogado ficará no cargo até o final de 2026. A Ouvidoria recebe denúncias por canais digitais e telefônicos e fiscaliza a atividade dos integrantes das forças de segurança estadual e municipal. No seu radar estão policiais militares, civis, científicos, agentes penitenciários e guardas. A Ouvidoria não investiga os casos, mas tem autonomia para cobrar que os departamentos responsáveis apurem as queixas. Entre os denunciantes está a população. Claudio Aparecido da Silva, o Claudinho, é o novo ouvidor da Polícia de São Paulo Divulgação/Arquivo pessoal O atual ouvidor é negro, ativista social e era egresso da extinta Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), órgão do governo estadual para recuperar crianças e adolescentes infratores. Ela foi substituída pela Fundação Casa. Em entrevista ao g1, em 2022, Claudio disse que sua atuação seria defender o uso de câmeras corporais na Polícia Militar (PM) para combater o racismo e a violência policial. O ouvidor foi procurado pela equipe de reportagem para comentar o assunto, mas não respondeu o contato. O novo ouvidor disse nesta semana à TV Globo que não houve constrangimento entre ele e Claudio pelo fato de ter concorrido ao cargo. Caseri falou à equipe de reportagem que teve uma "longa conversa" com o ouvidor sobre sua intenção de disputar a vaga. Ele afirmou que a gestão do colega teve saldo positivo. Caseri disse que dará "continuidade a esse trabalho" de Cláudio. "Eu tenho uma causa, a dos desvalidos, desfavorecidos", falou o advogado, que é um homem branco com experiência em administração pública, com egressos do sistema carcerário, em especial mulheres. "Torço para que ele seja atuante. O órgão de controle social depende muito da postura firme e qualificada do ouvidor da polícia, em especial no momento em que vemos a política de milicialização da PM do atual governo", disse Benedito Mariano à GloboNews. Benedito foi o primeiro ouvidor da história de São Paulo, de 1995 a 2000. Depois voltou em 2018 e ficou até 2020. Violência policial PM joga homem de ponte em São Paulo A atual gestão da Secretaria da Segurança Pública (SSP), responsável por forças policiais como a PM e a Polícia Civil, tem recebido inúmeras críticas por conta das denúncias de violência policial registradas principalmente por câmeras de segurança e filmadas por testemunhas no estado. Dados do Ministério Público apontam que as mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, se comparado a 2023. De janeiro a 17 de novembro deste ano, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado. Dessas 673 mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço, ou seja, trabalhando, e 96, de folga. Média de duas pessoas mortas por dia.